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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->PODERIA SER DIFERENTE PARTE 13 -- 08/07/2002 - 14:37 (LUIZ CARLOS LOCATELLI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

SEQ. 29 INT/CASA DE SILVIA/DIA.

A porta de abre de uma vez. Sara e Júlia entram correndo.
Antônio está bêbado á beira de uma mesa, segurando uma faca e olhando para o fio.

ANTÔNIO: Vocês sabiam que ela tem mil e uma utilidade. Ela corta o pão. A gente se espelha, corta a carne... a carne. Melhor fura a carne. (ameaça enfiar no peito.)

SARA: (GRITA) Não.

ANTÔNIO: Calma. Você acha que eu sou homem o suficiente para fazer isso? Sou não, sou covarde. Não presto pra nada, nem para tirar a minha própria vida, que só faz atrapalhar a vida dos outros. Eu sou um bosta.

SARA: Não sabemos mais o que fazer. Colocamos nos jornais, nas rádios, informamos a polícia. Mas ninguém deu notícias de Silvia. Por um acaso, o Senhor não tem a mínima idéia de onde ela possa Ter ido?

ANTÔNIO: Se eu soubesse, eu mesmo teria procurado. (levanta-se com a faca nas mãos) Sabem, eu mandei ela embora. E ela foi. Foi de verdade. (chora) E agora? Não vou ver mais a minha menina.

SARA: Até o namorado dela desapareceu, depois da morte da Carla.

ANTÔNIO: Aquele bandido...?

SARA: Bandido? O que o Senhor sabe dele?

ANTÔNIO: Sei quase nada. Se Soubesse, não aconteceria o que aconteceu. Cuidado moça ele é perigoso. (indo para a outra porta)

SARA: Vamos embora, temos que encontrar Silvia. Ela corre perigo.

ANTÔNIO: Perigo? Essa é boa. Perigo corre quem está com ela... eu não sei mais quem é ela.

As meninas saem para fora.
Entra o mendigo.
Os dois se olham. Antônio e o Mendigo.

ANTÔNIO: Quem é você?

MENDIGO: Quem sabe?

ANTÔNIO: Eu sei o que não é.

MENDIGO: As aparências enganam. Por isso o que parece ser, pode ser mesmo.

ANTÔNIO: Pois é. Se eu juntar duas de cinco eu compro alguma coisa. Mas se eu rasgar uma de dez...

MENDIGO: É perigoso você ir preso.

ANTÔNIO: Preso, taí a chave do cofre..

MENDIGO: Então me dá uma moedinha por um versinho.

ANTÔNIO: Não tenho.

MENDIGO: Então tchal. (sai cantarolando)

ANTÔNIO: (TOMA UMA GOLADA DE CACHAÇA.) Só isso é verdadeiro. Nunca falha. (alusão ao Mendigo não ser o que aparenta).

CORTE.

SEQ. 30 – EXT/LAGOA/DIA. (Local do primeiro encontro)

A moto de Lucas está encostada perto da lagoa.
Ouvimos uma música triste, feita por gaita de boca.
A câmera passeia e vemos Lucas tocando uma gaita de boca encostado numa árvore.
Enquanto toca, olha a água.
Em PB, ele vê a cena em que ele salvou Silvia do afogamento.
Toca mais. Sorri. Ve em PB a cena em que transam.
Volta a si com o chamado de Sara.

SARA: Lucas. Lucas. (passa a mão na frente dele) Viajou?

LUCAS: E como...

SARA: (olha para Júlia) Lucas, você sabe onde Silvia está?

LUCAS: (do sorriso para a dureza) Não. (abaixa a cabeça e começa a tocar novamente.)

JÚLIA: Lucas, você está bem?

Lucas continua tocando sem olhar para ela, e começa a tocar mais alto enquanto elas o indagam.

SARA: Você não sabe onde está Silvia, ou não quer falar.

JÚLIA: Fale pra gente, é para o bem dela.

SARA: Silvia pode estar morrendo por aí.

JÚLIA: Queremos salvá-la.

Lucas continua sentado, para de tocar, encara as meninas. Elas saem para trás.
Lucas põe a mão no bolso, e tira um papelote de droga.

LUCAS: Salvá-la? E a mim, não existo? Claro, o Lucas é o culpado, para que salvá-lo, ele que vá para os quintos dos infernos. Não é isso?

SARA: Só queremos saber, onde Silvia está?

LUCAS: Porque não pergunta a isso? A resposta está aqui. A verdade não se explica, porque o mistério é maior... (levanta-se devagar, simula sair andando e volta para elas.) O caminho é longo, torto, cheio de espinhos e muito escuro. Há como é escuro. Sabem o que vejo lá no final. (apontar com dedo) desse caminho totalmente escuro? Apenas um pequeno facho de luz. Mas tão pequeno, que as vezes me confundo com a luz de um estopim asceso, pronto para o clarão maior. Pum. A bomba estoura, e com ela se vão as veias, o cérebro, o coração... (olha bem nos olhos delas) A alma. (vai para o lado do lago, e elas ficam olhando) Foi aqui que conheci as belezas secretas de Silvia. Foi aqui que apresentei ela para o mundo. Para o verdadeiro e crítico mundo dos homens. Foi aqui que tudo começou e pode terminar.
Nas minhas veias já não corre sangue puro, está infecto. O meu cérebro já não ordena mais as idéias, e o coração? Coitado, só bate, porque tem dó do resto do corpo.

SARA: Esse é o pagamento, para quem se envereda nesse mundo...

LUCAS: Mundo? que mundo?. A droga só foi o começo. Mas foi por ela que tudo aconteceu. Estou falando de coisa muito pior.
GORDO: De AIDS.

Ao ouvirem isso, se assustam e se viram. O gordo está bem atrás com três capangas.

GORDO: Rapazote difícil. Pensei que não fosse te encontrar mais.

SARA: Aids?

JÚLIA: Ai meu Deus... Silvia?....

LUCAS: (dá uma gargalhada) E todas que ficaram comigo.

GORDO: O que é o destino, não é Lucas? Paixão. Eita sentimento sem freio. Quando ele vem, é duro de controlar. Não é mesmo Lucas?

LUCAS: (amedrontado) Pois é.

GORDO: (CHEGA PERTO) Tão novo e já apaixonado. E ainda por cima, pela garota errada. Por uma garota que já tinha dono. Até engravidou a pobre...

LUCAS: (TREMENDO) O que vocês vão fazer comigo? Isso é tudo brincadeira, não é?

GORDO: Claro. Pura diversão para os meus fiéis ajudantes. Entendeu? Fiéis.

Os capangas sacam as armas.

LUCAS: (ajoelha-se) Pelo amor de Deus, não me matem. Eu faço o que o Senhor mandar, mas não me matem.

GORDO: É o destino meu caro. É nossa lei. Traiu, paga com o próprio sangue.

SARA: (APAVORADA) Gente porque tanta violência?...

GORDO: Caiam fora. As duas. E me façam um favor. Caladas.

As duas vão saindo devagar. Aos poucos começam a correr.
O gordo chega bem de frente.

GORDO: Levanta-se daí. A menos que queira me fazer um afago.

Lucas levanta-se depressa.

CORTE.

Sara e Júlia estão bem longe correndo.

SARA: Esse homem é louco.

CORTE:

O gordo está de costa. Os dois capangas que estão bons, encostam as armas no peito de Lucas, que está encostado na árvore.

GORDO: (irônico) Você sabe rezar? Meninos ensine para ele, pelo menos o sinal da Cruz.

LUCAS: Não, isso não.

GORDO: Calma, só estamos exercitando uma lição que aprendemos de um colega de trabalho. Em nome do pai. (os dois apontam as armas na cabeça)

As meninas correm por entre árvores. Daqui para frente a cada movimento das armas, mostrar as meninas correndo.

GORDO: Do Filho. (armas) Do Espírito Santo. (o Gordo vira-se para o Lucas)

Meninas correndo.
Lucas fecha os olhos.

GORDO: Assim seja, (os dois atiram e as armas falham).

LUCAS: (após alguns segundos) Eu sabia que era tudo uma brincadeira. Vocês só queriam me assustar não é mesmo.? Eu sabia. Vocês são demais.

CAPANGA: Somos mesmo. ( Está numa cadeira de rodas. saca de um rifle ou uma doze, dá um tiro nas pernas dele) Isso é para aquecer. (dá um tiro na outra perna) Esse é para você cair. (dá um tiro num dos braços) Esse é para você não se masturbar mais. (para de atirar)

LUCAS: (Meio louco, muita dor) E o outro? Porque não me mata de uma vez?

GORDO: É isso que você quer. (tira um revólver e entrega na mão esquerda) Fique a vontade.

Lucas leva a arma devagar até a cabeça. Todos estão olhando. Lucas puxa o dedo.
Voa sangue na roupa do Gordo. Lucas cai morto em terra.

GORDO: Pronto, um traidor a menos.

As meninas param de correr.

SARA: Está consumado. Vamos por ali. (entram numa estradinha)

CORTE:

GORDO: (saindo do local) Idiota. Agora procurem as meninas. Elas não podem espalhar a notícia.

As meninas pegam carona com uma camioneta velha. A mesma do início.

Os bandidos, Entram num carro escuro e vão embora.
Um outro carro escuro os segue de longe.

CORTE.

As meninas descem da camioneta perto de um pontilhão.
De longe elas observam que o carro do Gordo se aproxima.
Elas correm e se escondem embaixo da ponte.
O carro do Gordo passa. Elas saem andando a pé pela pista.

CORTE:

SEQ. 31 – EXT/CALÇADA/DIA

Silvia está sentada na beira de uma calçada, toda mulamba.
Chega uma mendiga, senta-se do seu lado.
Silvia está cabisbaixa.
A mendiga encosta uma garrafa de bebidas em sua cara.
Silvia pega com muita força e toma duas goladas.
Depois entrega para a mendiga. E esconde a cabeça novamente.
A mendiga fica tentando afagar seus cabelos, mas tem receio.
Silvia levanta a cabeça bem devagar. As duas se olham fixamente por alguns instantes.
A mendiga fica transtornada. Começa a balbuciar, cantarolar bobagens, depois da um grito e sai andando com um saco nas costas.
Silvia sem entender nada, pega a garrafa que a mendiga havia deixado e toma outra golada.
Ao levantar a cabeça para tomar, um outro mendigo está olhando e lambendo os lábios.
Silvia titubeia mas entrega a garrafa para o mendigo, que em seguida sai tomando.
Silvia pega suas coisas e sai andando pela Rua.

CORTE:
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