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Textos_Religiosos-->25 Da diligente emenda de toda a nossa vida -- 06/05/2010 - 09:26 (José Francisco Bessa da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
25 Da diligente emenda de toda a nossa vida

1. Devo sêr vigilante e diligente no serviço de Deus, e perguntar-me a miúdo: a que vim, para que deixei o mundo? Não será para viver por Deus e tornar-me homem espiritual? Trilharei, pois, com fervor o caminho da perfeição, porque em breve receberei o prêmio dos meus trabalhos; nem me afligirão, daí por diante, temores nem dores. Agora, terei algum trabalho; mas depois acharei grande repouso e perpétua alegria. Se eu permanecer fiel e diligente no seu serviço, Deus, sem dúvida, será fiel e generoso no prêmio. Conservarei a firme esperança de alcançar a palma; não criarei, porém seguranças, para não caír em tibieza ou presunção.

2. Certo homem que vacilava muitas vezes, ansioso, entre o temor e a esperança, estando um dia acabrunhado pela tristeza, entrou numa igreja, e diante dum altar, prostrado em oração, dizia consigo mesmo: Oh! se eu soubesse que havia de perseverar! E logo ouviu em si a divina respostas: Se tal soubesses, que farias? Faze já o que então fizeras, e estarás bem seguro. Consolado imediatamente, e confortado, abandonou-se à divina vontade, e cessou a ansiosa perplexidade. Desistiu da curiosa indagação acerca do seu futuro aplicando-se antes em conhecer qual fosse a vontade e o perfeito agrado de Deus para começar e acabar qualquer boa obra.

3 Espera no Senhor e faze boas obras, diz o profeta, habita na terra e serás apascentado com suas riquezas (Sl 36,3). Há uma coisa que esfria em muitos o fervor do progresso e zelo da emenda: o horror da dificuldade ou o trabalho da peleja. Certo é que, mais que os outros, aproveitam nas virtudes aqueles que com maior empenho se esmeram em vencer a si mesmos naquilo que lhes é mais penoso e contrariam mais suas inclinações. Porque tanto mais aproveita o homem, e mais copiosa graça merece, quanto mais se vence a si mesmo e se mortifica no espírito.

4 Não custa igualmente a todos se vencer e mortificar-se. Todavia, o homem diligente e porfioso fará mais progressos, ainda que seja combatido por muitas paixões, que outro de melhor índole, porém menos fervoroso em adquirir as virtudes. Dois meios, principalmente, ajudam muito a nossa emenda, e vêm a ser: apartar-se valorosamente das coisas às quais viciosamente se inclina a natureza, e porfiar em adquirir a virtude de que mais se há mister. Aplicar-me-ei também a evitar e vencer o que mais me desagrada nos outros.

5. Procurarei tirar proveito de tudo: se vejo ou ouço relatar bons exemplos, animar-me-ei logo a imitá-los; mas, se reparar em alguma coisa repreensível, guardar-me-ei de fazê-la, e, se em igual falta caír, procurarei emendar-me logo dela. Assim como eu observo os outros, também eles me observarão a mim. Que alegria e gosto ver irmãos cheios de fervor e piedade, bem acostumados e morigerados! Que tristeza, porém, e aflição, vê-los andar desnorteados e descuidados dos exercícios de sua vocação! Que prejuízo descurar os deveres do estado e aplicar-se ao que Deus não exige!

6. Lembrar-me-ei da resolução que tomei, e porei diante de mim a imagem de Jesus crucificado. Com razão me envergonharei, considerando a vida de Jesus Cristo, pois até agora tão pouco procurei conformar-me com ela, estando há tanto tempo no caminho de Deus. O religioso que, com solicitude e fervor, se exercita na santíssima vida e paixão do Senhor, achará nela com abundância tudo quanto lhe é útil e necessário, e escusará buscar coisa melhor fora de Jesus. Oh! se entrasse em nosso coração Jesus crucificado, quão depressa e perfeitamente seríamos instruídos!

7. O religioso cheio de fervor tudo suporta de boa vontade e executa o que lhe mandam. O relaxado e tíbio, porém, encontra tribulação sobre tribulação, sofrendo de toda parte angústias: é que ele carece da consolação interior e lhe é vedado buscar a exterior. O religioso que transgride a regra anda exposto a grande ruína. Quem busca a vida cômoda e menos austera, sempre estará em angústias, porque uma ou outra coisa sempre lhe desagrada.

8. Que fazem tantos outros religiosos que guardam a austera disciplina do claustro? Raro saem, vivem retirados, sua comida é parca, seu hábito grosseiro, trabalham muito, falam pouco, vigiam até tarde, levantam-se cedo, rezam muito, lêem com freqüencia e conservam-se em toda a observância. Olha como os cartuxos, os cistercienses, e os monges e monjas das diversas ordens se levantam todas as noites para louvar o Senhor. Vergonha, pois, seria, se eu fosses preguiçoso em obra tão santa, quando tamanha multidão de religiosos entoa a divina salmodia.

9. Oh! se nada mais tivesses que fazer senão louvar a Deus Nosso Senhor de coração e boca! Oh! se nunca precisasse comer, nem beber, nem dormir, mas sempre pudesse atender aos louvores de Deus e aos exercícios espirituais! Então seria muito mais ditoso do que agora, sujeito a tantas exigências do corpo! Oxalá não existissem tais necessidades, mas houvesse só aquelas refeições que - ai! - tão raro gozamos!

10. Quando o homem chega ao ponto de não buscar sua consolação em nenhuma criatura, só então começa a gostar perfeitamente de Deus, e anda contente, aconteça o que acontecer. Então não se alegra pela abundância, nem se entristece pela penúria, mas confia inteira e fielmente em Deus, que lhe é tudo em todas as coisas, para quem nada perece nem morre, mas por quem vivem todas as coisas e a cujo aceno, com prontidão, obedecem.

11. Lembrar-me-ei sempre do fim, e que o tempo perdido não volta. Sem empenho e diligência, jamais alcançarei as virtudes. Se começar a ser tíbio, logo me inquietarei. Se, porém, procurar afervorar-me, acharei grande paz e sentirei mais leve o trabalho com a graça de Deus e o amor da virtude. O homem fervoroso e diligente está preparado para tudo. Mais penoso é resistir aos vícios e às paixões que afadigar-se em trabalhos corporais. Quem não evita os pequenos defeitos pouco a pouco cai nos grandes. Alegrar-me-ei sempre à noite, se tiver empregado bem o dia. Vigiarei sobre mim, animarei-me e admoestarei-me e, vivam os outros como vivem, não me descuidarei de mim mesmo. Tanto mais aproveitarei, quanto maior for a austeridade que eu me fizer. Amém.

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