SEM DIFERENÇAS
Eu vi rolar pela face
Daquela negra doente,
Umas lágrimas revoltadas,
Supostamente salgadas,
Iguais às que chora a gente.
E dei comigo a pensar
Como nós somos iguais,
Podemos ter outra cor,
Mas o sofrimento, a dor,
Deixam os mesmos sinais.
E àquela negra doente,
Num impulso repentino,
Como se fosse um menino,
Limpei as lágrimas salgadas,
Iguais às que chora a gente.
No lenço ficou o sal,
Das lágrimas duma criança,
Mas no sorriso o sinal,
Duma chama de esperança!
Fernando dos Santos
20/8/2001
|