Usina de Letras
Usina de Letras
20 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62282 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50671)

Humor (20040)

Infantil (5457)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6208)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->EU SOUBE EM PEQUENINO -- 24/02/2002 - 04:04 (Fernando dos Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
EU SOUBE EM PEQUENINO

(Pequena biografia do autor)



Eu não sei quem traçou o meu destino,

Se foi Deus, eu não posso acreditar,

Só sei que nem deixei de ser menino,

E já estava, impedido, de brincar!



O meu corpo franzino, mas direito,

Sem forças, sem postura, vacilante,

Era às vezes tratado de tal jeito,

Que as lágrimas caiam de rompante!



As lágrimas, vertidas, em criança,

Queimaram, os meus olhos, com o sal,

E salgaram-me a vida, a confiança,

Na justiça, madrasta, em Portugal!



Ao sol, ao vento, à chuva no Inverno,

Para ganhar, somente, alguns tostões,

Eu soube, em pequenino, que o inferno,

Era o lume, na boca, dos patrões!



Sem tempo para missas, orações,

Exausto, muito sujo, remendado,

Eu tive, em criança, mil razões,

Para ser hoje, um homem, revoltado!



Porque o menino homem, feito à pressa,

Olhava à sua volta e o que via?

Era a morte, chegando mais depressa,

A quem nada ganhava e não comia!



Eu nunca tive roupa de bom corte,

Só calças, camisolas, de cotim

E se as vestia novas, mas que sorte!

Era dia de festa para mim!



O mundo em que vivia, era fechado,

Notícias, não havia, nem jornais,

Por acaso, só lia, algum rasgado,

Nas casas de banho, municipais!



Era raro haver uma conquista,

De melhor vida, junto do patrão,

Se falavas demais, ó comunista,

Passavas largos meses, na prisão!



Não! Eu não sou um homem revoltado,

Só guardei, esses tempos, na memória,

Mas penso, que as agruras do passado,

Serão os meus estigmas nesta história!



E foi assim, a minha adolescência,

Sem sonhos, sem leituras, horizontes,

No trabalho, perdi a inocência,

E nas letras, tornei-me, brutamontes!



Fernando dos Santos

4/6/2001





Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui