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Artigos-->POLÍTICA E FUTEBOL.. TÉCNICOS -- 20/08/2004 - 10:52 (Diógenes Pereira de Araújo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
POLÍTICA E FUTEBOL. TÉCNICOS.



O empenho que vemos na prática do futebol, no tocante a apresentar resultados: fazer gols, vencer, não se vê na administração pública, com raras, honrosas e diligentes exceções, claro!, razão pela qual, neste âmbito, estamos perdendo de goleada. Seria o caso de se supor que no futebol há atletas preparados e na administração não? Ou seria o caso de supor ser o futebol um bom esporte e o sistema de governo não? Os componentes de um time são escalados por um técnico e os componentes eleitos do governo são escalados pelo voto popular.



Até que ponto se podem culpar as más escolhas pelo status quo?



O sistema representativo, vigente no país, busca que todas as faixas de eleitores tenham seu representante, assim, os eruditos e os virtuosos devem ser minoria nas câmaras legislativa, assim como no executivo, se os eruditos e virtuosos compuserem pequena parcela da população. Há também os que, embora pouco instruídos são membros atuantes e eficazes.



Na prática do futebol profissional são diligenciados todos os cuidados, busca-se estimular todos os talentos, fazer aflorar todo o potencial humano, seja físico: na prática de treinos intensivos, na persistência no condicionamento físico, assistência médica; na parte psicológica: palestras e assistência terapêutica e prática espiritual, - esta observada por parte dos atletas -, por ter conseguido marcar um gol ou vencido uma partida. Até juízes e bandeirinhas tem externado práticas de fé, por ocasião do início ou término de uma partida.



Cada um dos onze atletas tem interesse no talento e no esforço do companheiro. Há o espírito de equipe. A falta de vitórias pode acarretar aos futebolistas o ir para o banco, a marginalização e a perda do emprego. Os técnicos são freqüentemente substituídos. Os legisladores e executivos são os jogadores e os eleitores correspondem aos técnicos, no tocante ao escalar os legisladores e executivos. Não há como despedir os eleitores, uma vez que nosso sistema é o representativo. O voto em branco é uma forma de renunciar à escolha do candidato; o voto nulo é uma forma de dizer não ao conjunto dos candidatos, se a quantidade dos votos nulos atingir a maioria, 50 % mais um. Como, porém, atingir os esquemas e os conchavos que vigem na administração, principalmente nas altas esferas e como influir nas "convenções"? O sistema é, de fato, oligárquico, e os eleitores escolhem os "bonzinhos!". Só existe um caminho: a informação e formação do povo.



Não se tem notícia de preparo e condicionamento igual ao dos futebolistas e nos componentes da política administrativa, cujo desempenho resultaria em oportunidades para todos: educação, assistência médica, moradia, alimentação e outros bens e serviços, – ressalvada a conveniência de um sistema representativo ter mandatários de todas as camadas intelectuais e sociais -.



Seria o caso de afirmar que os futebolistas ganham muito e os políticos ganham pouco?! Sabe-se que é grande a carga tributária: paga-se mais de 33% do que se ganha, ou, em outras palavras: trabalham-se quatro meses para pagar tributos. O retorno em bens e serviços para a população é muito pequeno em relação ao que se paga. Este baixo retorno de benefício ao povo, de onde saíram votos que elegeram, equivale a uma penalização por despedida dos técnicos no futebol. Para onde vai o montante de dinheiro arrecadado? Para efetivo benefício do povo não vai. E tudo fica por isso mesmo. Até quando?!



Há homens públicos cuja consciência não é pública,não é coletiva, mas individualista, egoística. Talvez tenham a consciência embotada. Importa despertar essa consciência para trabalhar, o homem público, o sentimento de si. Quem for omisso ou corrupto não deve sentir-se bem. Pergunto: que sentimento de si tem um homem público, que deveria ser um Pai da Pátria e, ao invés disso, é um corrupto ou inepto, traidor dos filhos, seus eleitores? Um político corrupto é o pior tipo de criminoso. Raramente é punido.



É preciso exorcizar a afirmação de que gente de bem não entra em Política: quem for gente de bem, tiver vocação e preparo para o mister e não entrar, deixa de ser bom, só por isso.



E quanto à espiritualidade dos políticos? A vida não termina quando se morre; a morte é apenas uma passagem para um outro tipo de existência.



O futebol é um esporte tornado em espetáculos para o povo; política é uma atividade vital no intuito de criar condições de vida digna para todos os habitantes de um país.



No futebol há o confronto entre um time e outro, a fim de que o próprio time vença; na política não deveria haver confronto entre um partido e outro, entre os interesses de um segmento da coletividade e outro de forma que a Nação sempre saísse vencedora. Nação vencedora significa: dar condições de trabalho para todos; dar condições de trabalho para todos significa: dar condições de educação para todos, tirar a miséria da rua, estimular o mercado de oferta de empregos, curar os doentes, levar o povo a refletir e a disciplinar-se.



O interesse do povo pelo futebol é muito maior que seu interesse pelo desempenho dos homens públicos e dos resultados que deveriam advir.



O ver o futebol é facultado a muitos, pois é praticado a céu aberto, em estádios que comportam milhares de assistentes, além da disponibilização dos jogos pela TV. O povo está apto a apreciar e analisar uma partida de futebol, mas não está apto a fazer o mesmo quanto ao desempenho dos homens públicos.



Quem sabe o povo esteja atento ao futebol para esquecer seus problemas, entre estes, o mau desempenho da administração pública e a atuação dos órgãos e homens públicos. .. Não seria isto uma fuga e alienação? Ou é falta de preparo?



O povo precisaria ser formado e informado para habilitar-se a fazer um juízo sobre a atuação dos homens públicos e para buscar a aplicação de uma coerção sobre os mesmos, quando necessária.



O futebol é uma prática não só apreciável, mas recomendável, por suas características de embate viril e criativo e também como lazer, como espetáculo.



Nosso futebol é melhor que a modalidade praticada pelos norte-americanos.



Os norte-americanos acham que o futebol é próprio para mulher



O futebol americano seria bom para rinocerontes, hipopótamos ou búfalos.



Em Little Town, na escola de Columbine dois garotos assassinaram doze alunos e um professor. Fez-se a um documentário sobre a violência: enquanto nos Estados Unidos há 11.227 assassinatos por ano em outros países não chega nem a 200. Não chegaram à conclusão nenhuma, mas eu, no que pese meu pouco conhecimento sobre o assunto, ouso afirmar que há uma relação entre a prática do futebol, na modalidade norte-americana, e a violência. A mente converte excitação em comportamento. Há outras causas também.



Vejo no nosso futebol três coisas indesejáveis; a prática dolosa da violência para deter os adversários; a existência de maus árbitros, bem como, se for o caso, de árbitros venais e a existência dos cartolas. O excessivo truncamento do jogo enfeia o espetáculo.



Os maus políticos têm falta de caráter e/ou muita volúpia de lucro.



Não me refiro apenas aos corruptos mas também àqueles que são acobertados por uma legalidade desonesta que não corresponde às necessidades inerentes ao cargo. Que espírito os animaria?



O povo necessita de informação e de formação. A atividade psico-pedagógica se destina a alunos, a crianças, mas seria mais eficaz informar e formar os adultos, os pais.



Freud escreveu:



“Seja qual for o caminho que eu escolher, um poeta já passou por ele antes de mim”.



A poesia grega está na gênese da filosofia grega.



Aqueles que estiveram buscando caminhos adentraram os pórticos da Poesia.



Isto poderá repetir-se nos dias de hoje por pessoas que estarão, por essa disciplina e essa reflexão, adentrando os pórticos da sensibilidade, além dos quais se encontrarão caminhos.



Estas as idéias e o caminho por mim propostos. Talvez existam outros, mas quais?



Diógenes Pereira de Araújo

www.poemanet.com





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