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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->PODERIA SER DIFERENTE PARTE 14 -- 08/07/2002 - 14:38 (LUIZ CARLOS LOCATELLI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

SEQ. 32 – EXT/COLÉGIO/DIA.

Sara e Júlia se encontram com os outros três colegas e cochicham, olham para trás.
Estão no alto da escadaria de um novo colégio.
Eles saem andando e no alto falam:

ALUNO 1: Nós temos que avisar a polícia, isso não pode passar impune.

ALUNO 2: E se a polícia faz parte do esquema?

SARA: O melhor então é ficarmos bem quietos nos nossos cantos. E deixar a coisa esfriar um pouco, depois a gente decide.

KATIA: Então vamos para o auditório, precisamos ensaiar.

ALUNO 1: Vocês vão, que eu vou tomar um ar aqui, já entro.

Os quatro alunos saem andando pelo corredor.
O aluno 1 fica olhando.
Os quatro entram no auditório.
Quando os quatro estão acabando de entrar e fecham a porta, o aluno 1 entra do outro lado correndo.

ALUNO 1: Eles estão aí.

SARA: Ai meu Deus. Viram você?

ALUNO 1: Acho que não.

Eles espiam por uma porta entreaberta.
Não vêem ninguém.

SARA: Onde eles estão?

ALUNO 1: No pátio.

SARA: Então vamos.

Eles saem correndo do auditório. Se escondem de tudo. De repente vêem os dois capangas de costas procurando numa outra sala no segundo andar. Os alunos entram numa sala. E se escondem atrás da porta.
Os dois capangas passam procurando. Param perto da porta, e continuam.
O aluno 2 põe a cabeça para fora e faz sinal para saírem.
Eles saem correndo e começam a descer a escada.
Os capangas os vêem de longe. E apontam.
Os dois capangas saem correndo.
Os alunos descem pela escadaria correndo e gritando socorro.
Os dois correm atrás, mas estão bem longe.
Saem no pátio e correm em direção á saída.
Ao saírem para fora. Dão de cara com o Gordo com uma pistola em punho.
O gordo apenas faz sinal para eles entrarem no carro.

JÚLIA: Não vamos caber aí dentro.

GORDO: Preferem morrer aqui?

Entram um casal no carro.
O Gordo sai arrastando o outro casal para um outro carro.
Entram um capanga em cada carro.
E em seguida saem correndo.
O carro misterioso, os segue de longe.

CORTE.

SEQ. 33 – EXT/CIDADE/NOITE.

É noite, Silvia caminha pelas ruas de uma cidade.
Usa uma blusa curta, uma saia bem curta, os cabelos estão mal arrumados, e uma maquiagem mal feita. Carrega uma bolsa.
Passa um carro, buzina, Silvia entra.
O carro sai avenida afora.
O carro encosta num local abandonado.
Os dois começam a se beijar.
O motorista empurra ela com força, abre a porta do carro e joga Silvia para fora.

MOTORISTA: Sua porca, imunda, fedida. Vai tomar banho primeiro.

Sai em alta velocidade.

SILVIA: Vai para o diabo que te carregue...(para si) Você não sabe nada da minha vida moço.

Silvia levanta-se e da de cara com a mendiga novamente.
A mendiga fica olhando ela por um instante e sai falando bobeiras.

MENDIGA: Nana neê, que a cuca vem pegá. Cuca? Vem pegá? Socorro.

Sai correndo.

SILVIA: Ei dona. Ei dona. (para si) O que essa mulher tem. Será que é pinel?

Sai andando.

CORTE:

SEQ. 34 – INT/CLUBE DE STRIPER/ NOITE.

Close da placa do clube. A câmera abaixa. Está tudo vazio. Um relógio na parede marca 3 horas.

Geral no clube por dentro. Final das funções. As mesas estão desarrumadas. Copos caídos, líquidos derramados, uma luz vermelha e azul toma conta do lugar.
Numa outra mesa há uma garrafa de bebidas, um homem bêbeda caído sobre a mesa, e sujeiras escorrendo da sua boca.
No palco um casal dança um bolero.
Os dois alunos estão amarrados num canto do salão, com as bocas vendadas.
Os capangas seguram as meninas sobre suas pernas. Passam as mãos nelas.
O Pit-bull está numa cadeira de rodas só observando.
O Gordo faz brincadeirinhas de criança com KATIA.
O pai de Silvia está com ele. Bêbado toma outro gole.

GORDO: (GRITA) Parem. Parem tudo.

Faz se um silencio geral.

GORDO: Obrigado pela atenção.. Bem gente a ocasião é propícia para um brinde. E como é de costume da minha organização não deixar porta aberta, para que ninguém possa entrar, receio que vocês, os nossos novos futuros defuntos, que servirão como matéria prima para sabão. Não morrerão satisfeitos sem uma explicação. É simples, testemunha tem que ser eliminado. Brindemos a isso. (levantam os copos)

As meninas estão apavoradas nos braços deles.
Antônio se levanta.

ANTÔNIO: Também quero fazer um brinde. (todos riem)

GORDO: Calma gente vamos ouvi-lo, pode ser seu último desejo.

ANTÔNIO: Que eu, e mais os que forem comigo, vamos todos para os quintos dos infernos. (toma uma golada, saca de uma arma e atira em um dos capangas)

O capanga cai com o ombro sangrando. Há um certo alvoroço no lugar.
Antônio leva um tiro na mão. A arma cai. Antônio senta-se e Pit-bull aponta uma arma para ele.
O gordo guarda sua arma.

GORDO: Calma, ainda não é hora para comemorações. Deixemos os fogos de artifícios para o final. Meninos é hora da diversão. Tragam as garotas.

Eles vão para o palco. Um luz mais forte ascende sobre eles.
Começa a tocar um tango.
Eles dançam o tango de qualquer jeito.
O gordo começa a apertar a menina. Ela não sabe o que fazer.

GORDO: Se alguém quiser ir para o funheco-nheco, os quartos são por ali.( todos riem demasiados.)

De repente as luzes brancas são todas ascesas. A música para como se um disco raspasse.
Eles ficam olhando para os lados.

GORDO: O que está acontecendo aqui?

FEDERAL: (ENTRANDO COM MAIS TRÊS HOMENS) Bela festa aqui, Gordo. Fechou a boate hoje?

Os capangas tentam sacar as armas.
Os ajudantes do Federal apenas atiram em suas mãos.
Ficam desarmados.
O Pit-bul que está de um lado, aponta arma para o Delegado.

CAPANGA: Fodido, fodido e meio. Se alguém ameaçar Qualquer coisa contra mim, o chefe de vocês leva chumbo. Gente, vamos saindo.

Antônio coloca uma arma no ouvido do Capanga:

ANTÔNIO: Melhor não. (voltam todos)

Aos poucos o Capanga vira-as para o lado de Antônio, você é um merda. E vira a arma para Antônio.
Os policiais, atiram em Pit-bull. Tirando sua arma.
Eles tomam a arma de Antônio.

GORDO: É gente, pelo jeito estamos perdidos. O Negócio é fazermos um acordo. Quanto?
FEDERAL: Você quer negociar? Muito Bem, o meu preço é alto.

As meninas ficam desoladas.

GORDO: Fala, vamos fazer negócio. Eu pago. (diz isso e encosta numa mesa abrindo uma pasta cheia de dinheiro)

O federal encosta e coloca a algema nas mãos do Gordo.

FEDERAL: Você está preso por: Tráfico de drogas, jogos ilegais, assassinatos, tráfico de mulheres, e por mais uma lista enorme aqui. Nem vou ler os seus direitos, porque sei que não lhe valerão de nada.

Os outros capangas já estão todos algemados, um no outro.

FEDERAL: Levem-nos. Infelizmente, não vão conseguir comemorar coisa alguma.

O Federal dá as costas e vai saindo.
O gordo abaixa-se e tira da perna um revólver quando vai atirar.

GORDO: Talvez.

Antônio que está de frente, pega um revólver que esta caído no chão, e do chão descarrega no Gordo.
O gordo vai caindo aos poucos.

FEDERAL: Sugiro que o Senhor saia da cidade, para não ser confundido. Aqui ninguém viu, nem ouviu nada. Só que um dos capangas irado com o patrão, descarregou-lhe uma arma. Não é Pit-bull.?

O Pit-bull cospe lhe na cara.
O Federal limpa devagar, tira o óculos escuro, e o quepe, está sem cabelos e sem barba.

CAPANGA: O mendigo. (saem levando-o)

SARA: Você é o?...

FEDERAL: Uma moeda por um versinho. A propósito o Senhor guardou todos? Aquilo não foi fácil

ANTÔNIO: Só tenho um pedido a lhe fazer. Achem minha filha.

FEDERAL: É nossa missão agora, Depois da prisão desses bandidos, trazer Silvia de Volta..

CORTE:




SEQ. 35 - SARA NO TEATRO – EM CLOSE.

SARA: A luta foi difícil, foi árdua. Mas não encontravam Silvia. (cena em que Antônio entra na farinheira ) O pai se recuperava do tiro na mão, enquanto que procurava por mais um emprego. Pelo menos não bebia mais. E Silvia definitivamente se perdera no mundo das drogas e da prostituição. (mostrar cenas de Silvia em diversos lugares) Teria sido por más companhias. Teria sido por indução? Ou teria sido por não Ter suporte na família ? De qualquer forma ela estava perdida. (o cabeludo pega Silvia que está bêbada segurando em um poste, barriga grande, e sai arrastando ela, Silvia não quer ir, mas ele a puxa com força) O seu mundo era outro, sua realidade, pesadelo. Seus sonhos, passado. Seus amigos. Apenas interesse no seu belo corpo. E depois de tudo isso, quatro meses mais tarde...
CORTE:
SEQ. 36 – INT/RUÍNAS/DIA (CENAS ONDE ELA FALAVA COM O CABELUDO)

Silvia está sentada, dormindo no mesmo lugar de antes, nas Ruínas.
Ela sonha com uma imagem de guerra. Mas é uma guerra dançada. Dança de Rua. Imagem rápida. Ela vê Lucas que chega e todos apontam para ele. É abatido ali. Dormindo ela sorri. E sonha mais. Ela vira para o outro lado, sonha com um dançarino clássico dançando boleros de Hawel. É o cabeludo, No meio da Ruína. O pai aparece bêbado com algumas garotas do lado, as garotas estendem a mão ele não tem nada nos bolsos, o dançarino aponta o dedo para ele e ri muito. Ele sai apressado. Silvia ri no sonho.
O cabeludo aparece devagar, mostrar os pés, ele se abaixa.

RAPAZ: Ô meu, ainda aqui. Vai acabar delirando com o calor do sol. Vai acabar vendo o que não deve. (pegando as drogas e as bebidas que estão espalhadas pelo chão, balança a cabeça, mexe em Silvia.) Acorda meu.

Silvia acorda devagar, olhando sempre para frente, e para os locais de onde vieram os seus sonhos. Começa a dizer o texto seguinte. Enquanto ela diz ele fica ouvindo, vai atrás dela, quando ela sai para os locais das danças. No meio do texto ela faz mímicas como os dançarinos da guerra. Depois do clássico. No final ela cai como se levasse um tiro na barriga.

SILVIA:
Minhas vistas se embaraçam. Meus pensamentos se misturam.
É o caos interior, é a falência. É a desgraça do meu ser.
O álcool começou tudo. Um gole aqui, outro ali, socialmente.
Depois um copo, outro copo, uma garrafa.
Em seguida, perdi o controle. Depois... (vira-se para a câmera rapidamente)
Depois Lhe oferecem cigarros, maconha, o cidadão indefeso, indeciso, aceita.
Cai na conversa daquele traste, e descobre um novo caminho.
No começo, pura farra, animação, grandes viagens. Ora, como essa.
Há sempre a presença dos tais amigos.
Mas o tempo vai passando, tudo muda, você, fica só.
Já está viciado, é a degeneração. Falta dinheiro, você rouba.
A sua saúde lhe falta, e não encontra mais o caminho de volta.
No começo é uma delícia, depois é veneno.
No começo é tranqüilidade, depois é desespero.
No começo é festa, depois é velório.
No começo tens amizade, depois é guerra.
No começo é só o começo, depois é o fim.
É tarde, é noite, é escuridão. (tapa os olhos, divaga)
Menina, menina minha, não faça isso.
Não deixem que ela faça isso. Ela não sabe o que lhe espera, é criança ainda. (divaga), Mamãe, como nascem os bebês? (Silvia cai por terra com fortes dores na barriga)
O rapaz se aproxima devagar, Silvia sente muita dor.

SILVIA: (estende a mão) Por favor me ajude. Estou morrendo...

O rapaz chega perto. Mas não toca nela, tem medo.

RAPAZ: Calma garota. Acho que é só o seu filho que vai nascer.

SILVIA: Não. Ainda faltam 45 dias. Ai, que dor.(Silvia Sua muito)

RAPAZ: Acho que você tá piradona. E se eu ficar aqui vou levar a culpa por alguma coisa. Falou aí garota, vim rápido e tô saindo mais rápido ainda.

O rapaz vira de costas para ela, frente para a câmera.

RAPAZ: Eu hein? Essa menina está ficando léleu. Vou nessa. Não ponho mais os meus pés aqui.

SILVIA: Não vá, não me deixe sózinha.

O rapaz sai de vez, ela fica só naquele lugar.
Silvia, sofre com muita dor. Aos poucos ela se levanta e caminha para um local mais isolado.
Ela senta-se encostada numa parede. No chão há restos de tudo. Até de um pedacinho de cigarro de maconha. Ela ascende dá uma tragada, queima o dedo e joga fora. Mexe na sua sacola, nada encontra, olha para frente, vê um marmitex velho, cai sobre ele, está vazio e fedido. Joga fora. Olha para frente, vê uma folha seca com o vento, mas suas vistas embaraçam e ela vê um rato correndo. Com esforço, sai correndo atrás.

SILVIA: Comidinha, comidinha, não corre. Não vá por aí, será que você não percebe que eu não posso correr muito. (a folha para, ela pula em cima dizendo) A mamãe vai te papar. (bate com a cabeça na parede e cai desmaiada.)

FADE:

Silvia acorda com uma criança pequena, toda suja e rasgada, comendo um pedaço de pão seco. EM PB.

CRIANÇA: Você é minha mãe? Eu saí de dentro de você? É por isso que eu sou assim, Doente e miserável.?

SILVIA: Me dá isso. (pula sobre a menina, a menina some, Silvia acorda assustada)( CORES) Por que? Porque? Por que? (olha em volta não vê ninguém, acalma-se) Porque?

Silvia Levanta-se devagar, corre até uma janela cenográfica. Colocada no meio das Ruínas, tenta pular, não consegue. Senta-se num pneu velho.
Silvia passa a mão na barriga, balança a cabeça desaprovando o que vê.
Ouve o som de uma música orquestrada. Ela olha em volta. Vê na parede a imagem do bailarino dançando o Bolero de Hawel. Ela levanta-se e corre para a parede. Bate na parede, vemos a imagem da visão dela trombando na parede, aos poucos ela cai de costas.
Ao cair ela está dentro de uma sala totalmente branca.

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