Estou me sentindo profundamente obsoleto nesta sociedade rica em nulidades vis e abjetas que se perpetuam e locupletam em detrimento dos valores nos quais acredito e pelos quais motivo a duras penas minha existência, vejo o triunfo da obtusidade globalizada sobre a coerência como uma derrota pessoal, visto que ainda aqui me encontro e nada consegui fazer para acabar com este câncer que corroe e corrompe as células ainda sãs e jovens do tecido social e da humanidade no pouco que ainda lhe resta como tal.
A acefalia ecumênica que domina todos os setores da manada elegeu a desfaçatez venal como moto perpétuo de liderança e a ausência da ética como padrão de conduta e de construção dos valores que disseminam a mediocridade como o parâmetro a ser mantido por todos os muares que dela compartilham. Sou tratado como um maluco desagradável e analfabeto, considerado velho (aos 46 anos) por ser coerente, ter formação intelectual e não acadêmica, por tentar difundir valores em mim arraigados e pelos quais luto incansavelmente; exatamente por estes motivos supra citados estou condenado a obsolência por este bando de despreparados e relegado ao ostracismo e as ofensas oriundas desta escória que apenas prosperou por suas ações nefastas e servis em beneficio dos interesses que insistem em subjugar o Brasil e seu povo as ordens e a ausência de valores que irão nos destruir como seres e como sociedade.
Percival Farquar ainda é o dono do Brasil; não sua figura física porém o que ele representa, os seus vassalos ainda nos impõe o estigma dos “pelados” que por oporem-se aos “peludos” em sua venal servilidade e com sua infinita incompetência permissiva em serem manipulados e para onde comandados forem, saíram como os vitoriosos no “Contestado” e assim nos derrotaram para sempre na construção da vida e do futuro do Brasil como força mundial.
Não sou, porém estou obsoleto, pessoalmente ainda tenho vontade de produzir profissionalmente e de escrever manifestos como este contra a estagnação obtusa que nos impede de evoluir e nos lança no limbo do conformismo e da regressão moral que termina por nos afogar na lama da desonra e da desigualdade canalha que tem confortavelmente servido a esta vara que se formou em lugar de uma sociedade de seres humanos.
A surdez crônica e a oligofrenia sociais que me imputam a obsolência são as mesmas que premiam aos pais com a prostituição dos seus filhos nesta busca insana pelo sucesso vão, que primam pela ganância desmedida que tem gerado as desigualdades e conseqüentemente o medo causado pela violência social e pela omissão generalizada onde ninguém é responsável pelos efeitos nocivos deste comportamento abjeto e as conseqüências são assim impostas para todos independentemente de terem participado ou não das ações que as geraram, assim sendo, estou obsoleto para a vida como ela se apresenta; sou uma excrescência num oceano de flores, assim sou visto por quem incomodo e contra quem tenho lutado por toda a minha vida, as falácias que norteiam este grupo e contagiaram toda uma sociedade são a ofensa maior contra mim assacada, pois em verdade são as vitórias de suas mentiras o que me faz obsoleto.