Meu coração vulgar
deseja bailar
em outras ondas,
saborear outras bocas
que ainda não conheceu
e flutuar ancorado em
braços desconhecidos.
Sem a cobrança do dizer,
do saber, do possuir,
ser somente prazer,
olhar e desejar,
tocar e não resistir.
Meu coração viril,
insiste em ser vulgar,
em ver outras línguas
roçar no meu canto da orelha,
passear pelo meu corpo
como raio laser,
arrepiando todos os
pelos e deixando
um rastro úmido
pelo caminho
em que passa.
Sem a intenção de agradar,
sem apresentar nenhuma rima,
só desfrutar do gozo livre
nas asas do vento,
sem sacrifício,
sem medo,
sem mentiras,
sem ira,
sem pecado,
sem razão,
apenas ser,
apenas ficar,
sem entender,
sem explicar.
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