De dentro de uma sociedade de final de século, acompanhamos dia a dia o desenvolvimento desenfreado de atos cada vez mais hediondos e sem fim, prova da inviabilidade de qualquer meio de se coibir com êxito tais anomalias uma vez que a própria condenação a morte não resolveu, tomando como exemplo e testemunha países que a adotaram e ainda vivem mergulhados na violência. Não estaremos remediando o sintoma em vez da doença que surge e consome como um tumor a sociedade?
Quem de nós nunca foi vítima de uma dor incomoda que aparece de repente e muitas vezes nos faz perder noites de sono? Só quem nunca nasceu. E esta dor atrapalha todo o resto do organismo, seu desempenho, agilidade, etc. Existem também outros tipos de dores, como a causada pelo "amor", angustia, dores psíquicas, psicológicas e tantas outras que poderíamos ficar pôr horas enumerando e que desequilibram todo o nosso modo de vida.
Com base no dito acima, não é verdade que a maioria das pessoas tomam remédio, na já tão praticada automedicação caseira, para aliviar a dor, sem pelo menos se preocupar com o mal que ocasionou a dita dor, desde que este sintoma passe? Em alguns casos é certo que a dor não volta, mas na maioria é certo que volte a incomodar assim que o efeito da droga passar. O que estaria errado? Pôr si mesmos os remédios para a dor não contem substâncias apropriadas para combater a doença e o problema além de estar longe de ser resolvida oculta um mau que se alastra e debilitará seriamente o organismo se este não for adequadamente cuidado. Permitindo uma frase combate-se um detalhe de um grande problema, elimina-se temporariamente um dos efeitos sem, contudo, se preocupar coma causa que conhecida, principalmente na sua infância, pode proporcionar uma cura tranqüila e certa.
Então, a dor não é nossa inimiga, mas nossa aliada em diversas situações indicando e denunciando um mau, denunciando que algo vai mau no organismo, é um alarme, como que o corpo pedisse ajuda. A dor é como um grito desesperado do organismo na tentativa de informar que esta doente. Alguns ao menor indício de dor procuram um médico para diagnosticar e tratar adequadamente esta dor porém a miaria não, reprimem a dor como se ela fosse a causa do incomodo.
Demonstrando, então, que a dor Biológica em si não é um mal, mas um incomodo desencadeado pela próprio organismo para sua defesa e indicar que algo funciona mal. Tudo para evitar que este pereça. Tendo e em mente a explicação acima vamos, agora, transportar este ponto de vista para algo não biológico, para uma instituição a qual chamamos de sociedade e tentar estabelecer o que eu chamo de Dor Social.
Vivemos hoje tempos muito difíceis agravados pelo final de milênio e notadamente pôr todos os tipos de sofrimento, desigualdades de toda sorte, conflitos, racismo, preconceito, e quanto mais se poder enumerar. Em uma sociedade em pleno desenvolvimento muitas duvidas surgem em conseqüência de apenas uma solução. E hoje o conhecimento anda de mãos dadas com o vento mais velos. Diante disto o homem vê-se frente a frente com desequilíbrio em massa onde a ciência se desenvolve rapidamente a cada dia ao passo que a espiritualidade humana se mantém estagnada, se não em alguns seres humanos retraída a cada dia e cuja as conseqüências, se não remediadas a tempo e adequadamente nos levarão ao pior, ao caos. Nossos conceitos, no entanto, não abrangem nossa alma, mas determinam o que esta fora e em um único grão de areia existe muito mais realidade do que a que podemos perceber e como nossos julgamentos são finalizados a partir da realidade que conseguimos perceber advém a deficiência do ser humano em lidar com sigo mesmo, com o próximo e com tudo o que o envolve nascendo daí a Dor Social. Toda a violência, tudo o que julgamos errado, hediondo, as guerras, as pestes; são nada mais que uma dor que inutilmente tentamos curar com medidas coercitivas que a longo prazo se tornam deficientes ou mesmo ineficientes porque são baseadas na matéria e como tal perecem. Todo o mal do qual sofre a sociedade de hoje nada mais é que um grito estrondoso alertando que algo vai muito mau e que se nada for feito o contágio continuará em uma escala astronômica até que o corpo Social já tão debilitado venha a morrer como qualquer corpo doente.
O que acontece com o corpo humana é sempre o resultado de uma alma debilitada e a dor do organismo é uma resposta que alerta para um possível colapso em suas funções. Elevando esta visão para um corpo maior que é a comunidade na qual vivemos o desequilíbrio existente na alma de cada ser humano se soma, o ser humano em grupo forma uma sociedade que constituída a sua semelhança incorpora em escala gigantesca o desequilíbrio existente em cada indivíduo. E a dor e o desencontro existentes transferem-se para o corpo social em forma de fome, pestes, guerras, roubos, desigualdades, assassinatos, corrupções, guerras, drogas, etc.
A repressão é o modo que usamos pôr ser mais fácil, é a resposta que damos às dores acima mencionadas que na realidade é a reação do Corpo Social. Quando se rouba, quando se mata alguém, quando povos guerreiam entre si e outros, nada mais é que a humanidade num grito de Dor. Isto nos mostra que ainda não sabemos nos tratar e no orgulho de cada dia nos automedicamos tentando eliminar nossas Dores Sociais e, ainda, na nossa ignorância ignoramos a verdadeira doença que se alastra lentamente em nossa entranhas que é a nossa total falta de amor com o próximo, com nós mesmo e com a falta de gratidão com um Deus que tudo nos deu. Um dia, quando o homem aprender a olhar para dentro de si mesmo e aprender a sentir suas dores sem sentir pena de si mesmo, então poderá sentir de onde vem o mau e permitindo que Deus entre em sua vida com sua sabedoria aprenderá a curar com harmonia e sorriso sua alma e então seu corpo não perecerá mais e sucessivamente a sociedade se verá livre de todos os males em resposta ao ser humano puro sutil que ainda seremos.
Que a paz encontrada em Deus esteja sempre nos objetivos de todos.
