Puxa vida !,
eu só procurava uma curva,
uma sinuosa,
uma incongruência,
uma figura convexa,
ou a amizade côncava,
onde me aconchegar.
Puxa vida !,
eu tinha uma intenção direta,
uma linha perfeita,
uma concepção reta,
um inocente destino,
ou a morada prudente,
onde a lida repousar.
Ora, vamos !,
ainda quero um doce sorriso,
um riso verdadeiro,
uma rebelde folia,
uma explosão de alegria,
ou seu estilhaço certeiro,
que ao siso contagia.
Quero porque quero !
e como quero uma palhaçada,
uma boa gargalhada,
um palhaço de picadeiro,
uma anedota mal contada,
ou a simples embriaguez,
que me faça entorpecido.
Ai, quem dera !,
alguém que se diga em juízo,
uma pessoa equilibrada,
que não se importe com nada,
que caminhe com pés no chão,
que da chuva não fuja,
levando a infância desvairada.
Ó, eterna juventude,
a leveza da alma tempo adentro,
é como me importa viver,
despojado das vaidades,
e minha ambição niilista,
só o amor transbordando,
por esta infindável felicidade.
AdeGa/04/2001
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