Usina de Letras
Usina de Letras
54 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62243 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10450)

Cronicas (22538)

Discursos (3239)

Ensaios - (10372)

Erótico (13571)

Frases (50641)

Humor (20033)

Infantil (5441)

Infanto Juvenil (4770)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140812)

Redação (3308)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6199)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->O SABONETE -- 31/08/2004 - 10:03 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nimim aproximou-se do Bança e perguntou: "Allan, quanto tempo faz que você não toma banho?" Bança preocupado com o que podiam pensar os demais componentes do grupo, abaixou a cabeça e sentindo o rosto avermelhar-se pensou logo em mandar o chato plantar batatas, mas ponderou que se passasse recibo da ofensa, a situação poderia complicar-se.

Bança não respondeu. Simplesmente tirou um cigarro do seu maço, que trazia no bolso da camisa, e batendo com o filtro na unha do polegar esquerdo, pediu fogo pro Chuma que falava ao celular.

Bança foi logo falando: "Ocê, mané, tá parecendo aquele professor, que cobiçava a garotinha. Mandou ver nela e depois, pra não complicar pro seu lado, lhe deu todas as notas em compensação, até que ela se formou doutora. Eu acho até, que pela sem-vergonhice corriqueira, você não vacilaria nem em lhe conseguir uma sinecura".

O Mingo, presente arrematou: "Eu tô me lembrando desse caso. A menina era aluna do professor Múmio Tabebuia. Quando os fatos aconteceram, ouvi um comentário segundo o qual esse teacher teria pensado, ao ver a moça, pela primeira vez na classe: como eu, antes que alguém te coma. "

Nimim rosnou: "Allan, pare com esse passe errado, que o time está afundando".

Nico, o irmão da Tina, entrou na conversa e disse que Tupinambica das Linhas teria, logo em breve, uma fábrica de sabonetes. Quando ele percebeu que todos do grupo pararam de falar e olharam pra ele, continuou: "Sabe gente, não vai ser pouca porcaria, não. Eles estão fazendo uma pesquisa caríssima. Querem produzir saponáceo de cenoura, xuxu, abacaxi, ipê-roxo e matinhos mil. Quem está organizando a pesquisa é a própria professora Joçalém Mastóidea Salgadinho, que foi aluna do Múmio Tabebuia".

Nimim cofiou a barbicha e, como se tivesse tido um insigth concluiu: "Ah sim... então o professor Múmio foi quem primeiro experimentou a frutinha da Joçaquém?"

"Nada disso, ô pancada!" contestou Bança que continuou: "Apesar da professora ganhar do estado pelas aulas que, teoricamente teria de ministrar, ninguém se importa, se ela vive aparecendo no rádio e tevê, vendendo seus livros, escritos com elementos que só seu cargo público lhe proporciona. Ela usa de concorrência desleal, abuso da função e prevarica os deveres do seu emprego público".

Nesse estágio da conversa, Nico penetrou fundo no assunto e, indo às entranhas da moleira dos presentes, tentou arrematar o tema: "Pelas rugas que a doutora apresenta, deve ter mais de sessenta. Geralmente, com essa idade, tais folgados já se encontram no estado de aposentadoria. Portanto, não é bom afirmar que a melindrosa esteja em prevaricação".

Quando o clima grupal apresentava sinais de esmaecimento, daquela necessidade de falar e estar junto, chegou Luísa Fernanda. O nobre leitor já deve saber quem é a figura. Ela é personagem de quem já narrei inúmeras passagens que se encontram nos textos publicados aqui na usina. Mas se meu considerado ledor ainda desconhece a figura, vou logo dizendo que é daquele tipo que confunde seita com aceita, ma femme com má fama, dispersar com despertar e ace com a se. Luísa Fernanda se achava tão chique, mas tão chique, que julgava ser descendente de Luís XXIV, o dragão mocréico, participante legítimo dos percalços da revolução francesa de 1789.

A tribufu, apareceu esbaforida e dizendo: "Gente cheguei agora de uma consulta com o professor Bichel. Estou tão nervosa! Ele disse que corro o risco de ter câncer. Se não parar imediatamente com o cigarro estarei ferrada!" O Mingo, numa raquetada seca respondeu: "Trate de se cuidar carniça. Teu pai já foi enterrado desse mal. Não é porque tens irmão médico, ou puxa sacos mediúnicos que se safará. Abre teu olho, ó louca do M 3".

E foi assim que, encerrada mais uma sessão, feita com as forças componentes do ócio, tão malfadado na cidade agastada, o grupo dispersou, pensando já na reunião do dia seguinte.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui