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Artigos-->Reencarnação sob uma ótica não-religiosa -- 31/08/2004 - 14:39 (Valéria Nagy) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nossas almas são eternas? Há vida após a morte? Reencarnamos ou esperamos pelo dia do Juízo no limbo?



Essas são, com certeza, perguntas as quais muitas pessoas, de diferentes culturas e religiões, se perguntam ou já se perguntaram alguma vez. Não há como respondê-la de forma científica e exata, pois, apesar da ciência buscar, há tempos, essa resposta, ainda não a encontrou. O que se pode fazer é buscar explicações filosóficas e nas religiões que acreditam que nossa alma é imortal e que reencarnamos sucessivas vezes na terra.



O que dizem as principais religiões reencarcionistas?



Hinduísmo: religião indiana, tem um conceito-chave de que “o homem tem uma alma imortal – ela não envelhece quando você envelhece, ela não morre quando você morre.”

Os hinduístas acreditam que após a morte, a alma renasce em um novo ser vivente. Ela pode encarnar em um novo ser humano e pode, também, encarnar em um corpo de animal. Acreditam, ainda, que os ciclos de reencarnações são sucessivas e nunca param. A isso, chamam karma (palavra sânscrita que significa “ato”). A reencarnação da alma depende da lei de causa e efeito. Resumidamente, significa que a vida que um indivíduo leva na terra será “cobrada” na próxima encarnação. Se você faz o mal receberá o mal, se faz o bem receberá o bem. Para que o karma seja finalizado, a alma deve alcançar a perfeição divina e daí conquistar o direito de não mais necessitar reencarnar.



Assim como os hinduístas, os Budistas também acreditam na “lei do carma”.



Mais em evidência na atualidade, o Espiritismo é a religião que mais reforça a idéia de reencarnação e contato com os “espíritos” desencarnados. Para os espíritas, as almas desencarnadas continuam vivendo em um plano espiritual o qual mantém uma escala evolutiva.



Também acreditam que os encarnados podem manter contato com os espíritos que já deixaram os corpos físicos em suas vidas terrenas. Tais contatos podem ser testemunhados por “sessões espíritas”, por intermédio dos médiuns(1) e também por psicografias(2).



Os cristãos, em geral, não admitem a reencarnação. Para eles, quando o indivíduo morre, sua alma vai para o limbo, um local intermediário, para aguardar o Juízo Divino, onde Deus determinará quem será salvo e quem arderá no inferno. Seremos julgados por Deus por nossos atos na terra. De qualquer maneira, admitem a existência da alma.



Estudando a fundo a filosofia pura e despindo-se dos dogmas religiosos, se pode chegar a uma visão “fria” desta questão. Para tanto, há que se “abrir a mente” para compreender esta análise.



Partindo do princípio de que a razão da existência da vida é a evolução, podemos notar que há lógica em tal afirmação. Até onde sabemos, tudo evolui. O mundo que nos é apresentado hoje passou por bilhões de anos de evolução incessante, e essa evolução prossegue sem parar. Por analogia, o que vivemos hoje não se podia sequer imaginar há cinqüenta anos atrás, por exemplo. E é fato que daqui a cinqüenta anos muito mais já terá evoluído no mundo. Para exemplificar tal observação, em 1950 a invenção do CD era algo inimaginável. Hoje, passados apenas cincoenta e quatro anos, o próprio CD evoluiu aos DVD’s.

Para que tudo o que evolui chegue a seu formato final, são necessários inúmeros testes e muitos erros são cometidos no processo, até que se encontre, enfim, o resultado esperado.



E por que não admitir que tal processo evolutivo não ocorra com as almas que animam os seres vivos?



De forma simplificada, podemos pensar um pouco:

Primeiramente vale ressaltar que, sendo o objetivo da vida a evolução, não é possível que uma alma humana reencarne em um animal, por exemplo, pois isso causaria um retrocesso e não uma evolução, o que não seria aceitável.



A lei da causa e efeito é perfeitamente admissível no que diz respeito aos erros e acertos aos quais temos que passar todos os dias de nossa vida. Ora, qual a razão de errarmos e aprendermos a não cometer novamente tais erros se admitirmos que depois que morremos simplesmente desaparecemos? Uma sensação de vazio nos impede de responder tal pergunta.



Então podemos dizer que as almas apreendem todas as experiências vividas na terra e as “registra” como em um banco de dados. Ao reencarnar, essa alma buscará não cometer os mesmos erros cometidos por sua última encarnação, porém novos erros virão e ela novamente apreenderá tais experiências e as “registrará” novamente para uma próxima encarnação não cometer os mesmos erros e assim por diante. Isso não significa que “pagamos” em uma encarnação pelos erros da outra.



Muitas pessoas associam situações de sofrimento e períodos de má sorte com expressões como “estou pagando por vidas passadas”. Tal expressão não pode ser levada em consideração, pois não haveria lógica em uma alma reencarnar em um novo corpo (livre de quaisquer relações com sua última encarnação) para que esta “pague” pelos erros passados.



Mas então as reencarnações são infinitas?



Não. Nossa alma tem que evoluir ao grau máximo de aprendizado para que possa então chegar à perfeição Universal. Essa perfeição deve ser vista como uma energia que é dividida e que depois de completar todo o seu ciclo de geração, volta ao seu estado original. Por analogia, podemos lembrar da energia elétrica. Ela tem um ponto gerador (a corrente elétrica), que é distribuída a uma rede elétrica e desta, chega até as lâmpadas, aparelhos elétricos, etc. Depois que é finalizado seu ciclo gerador (quando se desliga a luz, por exemplo), ela volta para a rede, que por sua vez, volta para a corrente elétrica.



Tente visualizar este esquema tomando como base, as almas e as encarnações e reencarnações: de uma grande energia geradora são divididas as almas que se distribuem pelos corpos que recebem sua energia e nela cumprem seu ciclo de vida. Desse ciclo de vida, ela (a alma) tem de aprender a viver e conviver de tal forma que possa retornar ao estado original, enriquecida de conhecimento até que esse conhecimento alcance a perfeição.



Note-se que esse conhecimento não é apenas intelectual.



O conhecimento: despir-se de toda a influência do ego (materialismo, orgulho, vaidade) e vestir-se da sabedoria da alma (fraternidade, humildade, altruísmo) e concluir que todos os seres vivos são um só (a energia geradora é única) e que, ao destruir e atacar outro ser vivo, atacamo-nos a nós mesmos.



Fácil concluir que tais atitudes são improváveis em uma só vida terrena.



É fato que este tema é complexo e que em alguns poucos parágrafos não são suficientes para uma conclusão completa. Apenas serve para que aqueles que dedicarem alguns minutos lendo tais parágrafos possam despertar o pensamento e analisar sob um aspecto puramente filosófico, tal questão.



Certa está a frase popular: “o que se leva da vida é a vida que se leva!”





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Bibliografia:

“O Livro das Religiões”, Victor Hellern – Henry Notaker – Jostein Gaarder, Editora: Cia. Das Letras.

“Convite a Filosofia”, Marilena Chauí, Editora: Ática



(1) Médiuns: pessoas capazes de estabelecer relações entre os vivos e os espíritos dos mortos.

(2) Psicografia: escrita de um espírito pela mão do médium.



Dicionário de Português – Edições Poliglota, 2002 – Editora: Melhoramentos



SP 11 de Julho 2004.

Valéria Nagy

www.valerianagy.com
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