ESPERANÇA DE UM NOVO MUNDO
Talvez
A pena,
Etérea aurora
Que cicia
Versos ternos em seu ouvido,
Possa lhe dizer
De uma estrela baça
Que no real resvala
E escorre pela vidraça
Rompendo a noite
Num açoite
Infindo,
Naquilo que na escuridão
Não se cala, nem pode ser omitido.
Talvez
A pena,
Besta fera
Que vocifera
O que olhos não vêem,
Possa
Atirar em suas mãos
Um galho do passado
Que se despede,
Que se despe
Dum ar impuro
E que no chão apodrece... despedaçando.
Ela, talvez,
Lhe revele uma aurora
Onde o alvor
Desposa a flor.;
Onde as águas carregam
O sangue telúrico
Da terra gris e úbere.;
Onde a vida começa e se encerra
Num segundo.
Talvez , da pena,
(Apenas
Dela)
Aflore
A esperança de um novo mundo .
©Anderson Christofoletti
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