Usina de Letras
Usina de Letras
128 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62181 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50584)

Humor (20028)

Infantil (5425)

Infanto Juvenil (4757)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140792)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Infantil-->Arcanjos em dia de lazer -- 03/10/2006 - 22:48 (Heleida Nobrega Metello) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
ARCANJOS EM DIA DE LAZER


Heleida Nobrega, 2004


Para Gabriel (nome de origem hebraica, que significa força de Deus, mensageiro de Deus, enviado de Deus)




Gabriel, Micael e Rafael, distraem-se no céu. Cortam e recortam coloridas figuras de papel. Espalham todas pelo imenso chão azul.

Entusiasmadas com suas novas formas e cores, as figurinhas decidem brincar de esconde-esconde. Arteiras, correm, correm e correm pelo céu. Algumas se perdem nas fofas dobras das nuvens. Quase ficam sem fôlego; outras escorregam e caem sobre minúsculos arbustos das paisagens. Arranham seus corpos.

As pequeninas, espertamente protegem-se sob as asas dos anjos que voam por ali. Voam com eles. Adoram o passeio.

Os três arcanjos gargalham, divertem-se com o jogo das figurinhas.

No entanto, magricelas e leves, algumas bem arranhadinhas , outras, bem amassadinhas , exauridas pelo corre-corre, deitam-se sobre a relva. Sequer percebem que está orvalhada. Que desventura! As cores começam a escorrer através de seus corpinhos e entranham-se pelos tufos da grama. Por sua vez, o papel vai se enrugando e se desmanchando em meio a sobra desbotada.

Gabriel, Micael e Rafael ficam aflitos, tentam avisá-las, em vão. Já era muito tarde! O estrago estava feito. Ficam muito, mas muito desapontados.

É culpa deles, diziam um para o outro. Afinal não estão habituados com as brincadeiras das crianças da Terra. Durante o trabalho, vez ou outra espiavam essas pequenas criaturas, sorrateiramente. Achavam divertidas, suas brincadeiras. E, considerando que tinham este dia de folga no céu, quiseram fazer ‘igual’, mas com certeza, não contavam com os riscos.

Imaginaram naquele dia, justamente naquele dia, construir um painel com figurinhas de papel, que coladas uma a uma pudesse transparecer crianças de todas as raças abraçando Papai-Noel.

A época do Natal estava próxima e gostariam de presenteá-lo.

O pior de tudo é que os três sabiam que só iriam ter novo dia de descanso quando acabasse a violência no mundo. E sabiam também, que o mundo, infelizmente, andava muito violento. Por esta razão especial, quiseram aproveitar esse precioso dia.

Percebendo a tristeza, o desapontamento dos arcanjos, as ‘semi-desfalecidas’ figurinhas de papel num esforço ‘sobre-papel’ e não ‘sobre-humano’, até porque não eram humanas, conseguem recuperar o que restou de melhor de cada uma.

Reúnem-se e misturam-se aleatoriamente. Observam que unidas, conseguem retomar um pouco das cores e que mesmo manchadas, não tinham perdido a beleza e alegria.

As formas estavam sim, um tanto quanto desfiguradas, coitadas, mas permaneceram ali, firmes, com a dignidade da intenção.

Ora, com esse conjunto harmonioso, as figurinhas ousam arriscar e tomam os arcanjos pelas asas para que dessem início à colagem e montagem do painel.

Foi exatamente desta maneira, que as imagens começaram a tomar corpo, conforme o desejo dos três.

Papai-Noel adorou a surpresa e eu pude contar essa história, porque um dos arcanjos a soprou em meus ouvidos por ocasião de sua visita à Terra para supervisionar o trabalho dos anjos.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui