Quando o desajeitado amante encantos fere,
e vidas unificadas dobradas se afligem,
vai e vem em sua melancolia,
espeta a bandeira sobre o estrago,
onde por sobre escorrega
[e réu se levanta.
Quando julgado o coiso desajeitado,
noite quente,
incandescente de sol
[do dia que perdeu sua luz,
no jogo escuro do silêncio inocente.
Reconhece no juízo uma gota,
força torrencial,
mas eis que enclausurado em si
[fica dócil e se abre (fechado),
reduz a pena a horas-milênio,
de dedicação multiplicado.
No desencanto de seus feitos,
um coração ermo,
onde olhos cerrados insistem ver,
as mãos muito mais querem cofiar,
lábios em febre.;
E tudo se aninha num corpo latente,
dolente e cheio de querer.
Retrocede ao peito
[a desordem do primeiro encontro,
imutável neste abrigo de fervor,
este ímpeto que outrora e ora
[denuncia, a grandeza de seu amor.;
E tudo se aninha num corpo latente,
dolente e cheio de querer.
AdeGa/85
|