Quase sempre, frente à noite sempre fria
deixo uma lágrima lembrar que houve vida.
Lembro tua voz, que vem tão doce, tão macia
das quase noites dos teus sempre quentes dias.
Quase sempre, rente à noite tão vazia
À lua chorar, ao meu chamar, você surgia!
Sempre viva, sempre leve, breve e livre
Sim: você vive! E com tua vida, eu vivia...
Às vezes – quase sempre quase noite – ouço vozes
viajantes, furtivas. Alma vazia soluça a falta da tua boca
da versão mais louca da tua dança de alegria.
Quero sempre - seja noite, seja dia - tua saliva
teu soluço, teu sorriso. Nada se foi, preciso não chorar
quase sempre, quase noite... Todo dia.
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