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Artigos-->A criação de Deus -- 26/09/2001 - 00:13 (Eduardo Henrique Américo dos Reis) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
“...Deus não é mais que um nome, nada mais que um nome, o nome que, por medo de morrer, lhe pusemos um dia e que viria a travar-nos o passo para a humanização real”. José Saramago – O fator Deus



Tudo se desestabiliza quando a esperança é substituída pelo medo do porvir. A tristeza sorri mais do que o próprio sorriso. As desavenças, as fobias e a incompreensão deixam de possuir o tubo canalizador do esquecimento.

Daí surge o mais poderoso dos motivos para a criação de um ser superior (se prefirirem, o chamado Deus), a desesperança no nosso bem mais valioso: a vida.

Pois sim, o ser humano, como composto de matéria (carnes, ossos e entranhas) necessita de alguns princípios básicos para compôr a própria biografia. Comer, beber, reproduzir, aprender, acreditar em algo e conviver em sociedade são alguns destes.

Unicamente culpando as relações em sociedade, por enquanto, o homem, como ser comunicador, tende a influenciar e ser influenciado. Acarretando-se assim de benefícios individuais ou de grupos com interesses comuns. A crença é, por si só, um benefício do mesmo modo que o acúmulo de capital exacerbado feito por um grande empresário.

Esta vida superior intitulada de Deus não é nada mais do que uma fuga das explicações de nossas origens e, como já dito, um refúgio dos medos e ansiedades deste espaço de tempo que é a vida.

A situação cômoda de um futuro próspero é, de fato, muito mais prazerosa do que o sentimento de deixar a parte supérfula e material que um dia, de forma ou outra, se tornará pó.

A relação vital individual do religioso e com a sociedade é, na maioria, nunca podendo generalizar, destacado pela falsidade criada pelo conformismo aprisionado à linhas limitadas de pensamento e desenvolvimento racional.

A massificação das informações de diferentes cultos, dentro de cada grupo, manipula, talvez até sem intenções tão radicais, semeando idéias pouco trabalhadas quanto ao conhecimento desse assunto em debate.

A massificação, de forma geral, tende a ser superficial e/ou muito dependente de costumes. O garoto que nasce e cresce dentro de um grupo de pescadores tem tendência a gostar de pescar. E assim pode passar a vida toda sem conhecer e desfrutar de outras informações e vivências de maior proveito para sua existência e satisfação pessoal.

As maiores religiões do mundo são as principais culpadas dos grandes assassinatos a longo prazo. Sem maiores afirmações encontramos dentro dos espaços religiosos a propagação da intolerância contrariando as vontades de pacificação e da união entre povos, como acreditam os crentes a Deus.

Um outro grilhão religioso é a caridade, que não passa de masturbação mental quando relacionamos aos fatores Deus e Social.

Quanto ao fator Social, a caridade não tráz consigo uma melhoria verdadeira, bem pelo contrário, a caridade serve à necessidade de redução das diferenças entre classes como um freio-de-mão funciona para um automóvel.

Neste primeiro fator explicado, me incluo sem medo e de total sinceridade, assumindo aqui, unicamente, a função de provocador.

A caridade para o religioso, mesmo que de maneira inconsciente, funciona como um dízimo. Da mesma, a reza e as orações, estes três fatores dentro deste outro são de grande peso para aumentar o esquecimento da função social e do exercício da liberdade de escolha.

Seria exagero comparar a caridade com um pagamento para a morada do Senhor, mas não prendo a língua ao dizer que o futuro de ontem já é hoje. Quero dizer, não há o que procurar se não sabemos o que queremos. O tempo de viver é agora e o espaço para ser feliz é aqui.

Tendo em vista a liberdade de escolha e aprendizado, defendo com palavras o direito à heresia, pois é de preferência dos não-crentes (não-niilistas) divulgar sentimentos como o respeito e a paz de modo direto.

Isto seria, valorizar a alma dentro do plano material. Sem dar vida a um falso “ser humano bom”. Hão de convir os crentes a Deus que rezas, orações e cultos trazem o alívio imediato e no entanto não passam de uma difusão teórica quanto à melhoria de vida.

A criação de Deus e seus representantes materiais é semelhante a criação da desordem e a falta de confiança dos homens. E o desaparecimento do humanismo substítuido pela intolerante ação religiosa.

O papa João Paulo II, tempos atrás, pediu perdão para a população mundial e assumiu o erro de incentivar a proposta maldita do nazismo. E, agora, no dia 24 de Setembro de 2001, o representante maior das religiões cristãs disse apoiar os ataques norte-americanos ao Afeganistão afirmando que o ataque armado e violento pode ser a melhor defesa e a melhor maneira de retomar a paz.

Podemos lembrar ainda da campanha contra o uso do preservativo masculino que nada mais é do que um protedor da vida humana. E também as disputas de territórios por grupos terroristas católicos e protestantes.

Não sei do ponto de vista do leitor, mas pessoalmente não encontro uma explicação lógica nesta afirmação nem a meio palmo diante de meus olhos.

Ninguém pode dizer com convicção que as religiões não possuem um pequeno fragmento de boa persuasão, mas esta fatia mínima é, simplesmente, perdida entre tanta violência, intolerância, manipulação e limitação da liberdade de escolha.

Peço desculpas às pessoas que não concordam com minhas palavras, mas aqui apenas expressei minha liberdade de não acreditar em algo tão comum e improvável.

Defendi o direito de viver a minha própria vida fazendo a paz brotar em meus atos diretos. Defendi o direito de não concordar com a existência de um Deus e de não crer nos templos tão contraditórios que O seguem. E finalmente, demonstrei minha vontade de viver e morrer por mim sem guiar minha vida a caminhos de uma realidade fantástica.

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