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Artigos-->Evasão de privacidade: cidadania e modulação vocal -- 23/09/2004 - 17:47 (Ricardo de Barros Bonchristiani Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A privacidade é um bem. Deleita-se o ser humano ao estar em local com total garantia de que não está contido no campo visual de outra pessoa,

ou de que seus sons não estão sendo ouvidos.



Este estado de coisas eleva a um conforto psíquico inestimável, permitindo que o homem se

manifeste, ou não, exatamente da maneira que lhe aprouver, relaxadamente, sem freios, sem consciência, sem super-ego.



Esse conceito também abrange a dimensão material, afinal, invasão de privacidade é o registro de um ser intruso em perímetro não permitido, seja observando, gravando, ouvindo, gritando, observando ou até vilipendiando.



Ninguém gosta de ter elementos não convidados em sua área. Existem legislação, jurisprudência e sólidas regras morais sociais que punem a invasão de privacidade. Mas o que fazer quando a questão é a evasão de privacidade? Isso existe? Sim, devo dizer.



O processo é exatamente o oposto, pois nesse caso, setores da privacidade individual continuam sendo singulares, mas então o detentor desse bojo resolve, deliberadamente, objetivamente e inconseqüentemente, distribuir esse conteúdo a esmo, para quem quiser ou não participar.



Alguém pode não entender o malefício da evasão de privacidade, por isso é de bom alvitre que se esclareça: o mal é orientado diretamente àquele

que "obtém" o material privativo alheio.



Portanto, enquanto a invasão de privacidade fere o direito do invadido, a evasão fere o receptor da privacidade. E caso seja mais de um receptor, instantaneamente, a ferida é inversa e proporcional à invasão de privacidade, pois emana da parte para o todo, do indivíduo para o coletivo.



Em termos práticos, enquadra-se na evasão de privacidade, como ícones máximos, o falar em aparelho celular e conversar em locais públicos em que o silêncio é de comum acordo social necessário.



Ora, nessas situações, dependendo da espécie de conversa, todas as vísceras e entranhas emocionais e de particularidades pessoais(podendo incluir terceiros) são empurradas audição abaixo de quem estiver por perto. Atraindo então total atenção de cérebro desse receptor, mesmo à revelia.



A mente humana é como o mar observado de fora. Só se vê sua superfície, e abaixo dela está todo um ecossistema pluralista e misterioso, como nós. Quando pensamos, o que fazemos o tempo todo, ouvimos nossa voz narrando nossa idéias (a superfície do mar), mas logo abaixo, prontos para

emergir a qualquer instante, estão todos nossos outros pensamentos, que não estão sendo "lidos" no momento.



Quando ocorre a evasão de privacidade, é como o petróleo derramado em águas marinhas, tomando o lugar da água na superfície. A mente não consegue se concentrar em mais nada. As informações da privacidade do outro estão monopolizando as atenções do cérebro, obrigando o indivíduo a

participar passivamente da conversa, como observador, demandando então energia cujo gasto não foi solicitado.



Portanto, se a sociedade pretende lutar em torno do ideal da defesa dos direitos individuais, lutemos então contra a evasão de privacidade:

conversas em alta voz em elevadores silenciosos, em celulares no trânsito parado, em transporte coletivo, salas de espera etc.



Basta uma boa modulação tonal nas cordas vocais e pronto, o cidadão mantém sua privacidade para si e zela pela manutenção da do auto-controle da mente do próximo.
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