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Artigos-->CAUSAS DO FRACASSO DA LITERATURA DE HOJE* -- 26/11/2003 - 18:28 (ADELMARIO SAMPAIO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CAUSAS DO FRACASSO DA LITERATURA DE HOJE



Tenho consciência de que não se pode analisar a questão com tanta simplicidade... Se houverem estudos respeitáveis sobre o assunto, eles serão muito complexos e polêmicos. Porque as causas e efeitos se confundem, e já não se sabe quem é quem na questão.

Já não sei mais se as pessoas são ignorantes porque não lêem, ou não lêem porque são ignorantes. Nem sei se não gostam porque não lêem ou não lêem porque não gostam. Se não são encantadas porque não gostam, ou não gostam porque não são encantadas com os livros...

Mas há um aspecto que me chama a atenção há muito tempo, especialmente depois que estou mais envolvido com a literatura do ponto de vista de quem escreve. É uma classe desunida, se é que ao menos possa ser chamada de classe. E volto a dizer que a minha análise é simplista. Talvez, justamente por estar envolvido, e sofrer já as agruras das bofetadas dos que eu queria e insisto em chamar de meus colegas.

Disse acima que a “classe” é desunida, mas quero agravar mais para o termo contenciosa, senão briguenta. Uma grande parte não lê os outros, a não ser para procurar possíveis pontos de atritos.

Quaisquer outras classes prevalecentes, são unidas. São assim os médicos, os advogados, e até os políticos, por incrível que pareça. Os artistas então, dão show de união. Vão aos espetáculos dos outros, prestigiam, elogiam, e ficam calados se não gostam. Os cantores cantam músicas uns dos outros, e prestigiam numa espécie de solidariedade não declarada. Gosto de reler o que Drumonnd falou do Chico. Gosto de saber o que o Caetano fala do Gil. Gosto de ver que Gil se desentendeu com o Paulinho, mas que essa desavença só chegou a público quando das desculpas e reconciliação.

Entre os que pretendem ser a nata da cultura e do saber, só aparece o que é natural neles: brigas, invejas, e faltas de postura. Não há quem diga bem do outro, a não ser com poucas exceções e mesmo assim com palavras chulas e sem convicção. Em outros tempos, os que se diziam intelectuais apareciam nas revistas, jornais e televisão de mãos dadas. E por serem unidos e alegres, chamavam a atenção. Hoje o destaque é justamente o contrário, e as intrigas afastam até a mim que tento entender a “classe” sem sucesso... Mas tenho que confessar que entendo pouco desse burburinho de ataque e defesa nessa guerra de latidos.

Mais uma daquelas perguntas: São fracos porque brigam, ou brigam porque são fracos?

Deixe-me me calar antes que tentem me morder de novo.



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Adelmario Sampaio

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