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Cronicas-->DONA HELOíSA. -- 29/10/2001 - 10:32 (l) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HELOíSA BARBOSA. Dizia a plaqueta que uma moça segurava, em frente ao saguão de desembarque do Aeroporto dos Guararapes. As pessoas irrompiam do portão com malas, maletas e sacolas. Caras satisfeitas. Cara de quem chegou vivo em terra firme. Expressão facial bastante comum em aeroportos, que contrasta com a daqueles que ainda irão pegar seus aviões. Que Deus os proteja.
O avião vinha de São Paulo. Vóo tranquilo, pouca turbulência, ótimo tempo. Não passava de um comum vóo comercial, dos mais triviais.
Timidamente, vinha caminhando em passos lentos e instáveis uma senhora de seus oitenta e quatro anos, daquelas bem velhinhas, com cara de tia viúva. Os trajes antiquados. Um jaleco marrom cor de tijolo, sapatos baixinhos de couro sobrepondo-se à pequenina meia cor de pele. Cobria-lhe o pescoço um grosso e pesado cachecol vermelho cor de sangue.
A moça que segurava a plaqueta fez uma cara de quem havia achado algo que há muito procurava, e se precipitou em direção à velhinha. Mal dera os primeiros passos, percebeu que a idosa cambaleava. Apressou os passos. Viu o jaleco da modesta senhora abrir-se onde se observava uma grande mancha de sangue na região abdominal.
Ao perceber o ferimento e a gravidade deste, a moça berrou estendendo-lhe o braço como se pudesse tocá-la. Num berro contínuo. - DONA HELOíSA!!! - Enquanto a Dona Heloísa vacilava e caia sentada no chão. Sem forças para mais nada.
Desesperada e já correndo, a moça apenas escutou um barulho tal qual um tiro. Fora um tiro. Um negro de dimensões gigantescas vestindo branco dos pés à cabeça havia atirado. Não se soube se era um médico, espírita ou um anjo vingador.
A moça caíra, baleada no coração, próxima à Dona Heloísa. Antes de morrer, a moça ainda escutou Dona Heloísa balbuciar com queixo trêmulo: - ... Sidney ... Sidney ...
Com o tumulto, o anjo negro bateu asas e deu no pé. Os seguranças do aeroporto nunca o acharam.



(23-10-00)
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