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| Poesias-->ECO ÁRIDO -- 05/03/2002 - 09:37 (Luiz Gonzaga Neto) |
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ECO ÁRIDO
Desafiadoramente espessas e verdes,
são mãos as palmas-mandacarus
que se estendem às formas vivas
num cintilar mais árido.
Ao lado das palmas, casas abertas
às moscas de um amplo curral.
Moscas em negras formações
que visitam mesas na hora do jantar.
E no desgarrado solar dos campos,
o brilho de estrelas do meio-dia
ardendo no ar, consumindo olhos e carnes.
O inóspito fabrica detalhes lancinantes.
E torna essenciais as noites
no artesanato dos abrigos.
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