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Artigos-->O FORNO -- 08/10/2004 - 10:15 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Auschwitz Birkenau



Fernando Zocca







O forno





Naquela tarde todos deveriam despir-se e em grupos adentrarem aos chuveiros coletivos, onde por meio de banhos, minimizariam os males causados pela sujeira.

Amontoados dentro dos cubículos, nus e enregelados, porém esperançosos, aguardavam sob os gritos de comando da soldadesca, a água quente purificadora.

Mas eis que, fechadas as portas, lá de cima, donde haveria de jorrar a chuva do asseio, sai o gás constritor-assassino. Os gritos de desespero, o empurra-empurra de agonia-ansiedade, são impotentes para romper os grilhões.

Dentro de alguns minutos amontoados de corpos esqueléticos e frígidos jazeriam fétidos à espera da próxima etapa.

Nos carrinhos de mão as vítimas seriam transportadas aos fornos pré-aquecidos. Nas fornalhas de fogo, foram então lançados os milhares de maus, consumidos pelas chamas e abrasamento.

Aquela era uma das facetas da política, em cujo inicio se objetivava implantar o coletivismo-totalitário, batendo-se também contra o individualismo.

Naquele momento um povo todo, vítima da expiação conjunta das culpas granjeadas, sentia a reação, colhia o que plantara, pagava o que ali mesmo fizera.

O soldado raso incumbido de iniciar a queima de mais uma carga de corpos, ouvia ao longe um som cadenciado e monótono que vibrava assim: "chic... chic.... chic." Era o experimentado praça Karl Shickgruber; com uma caixa de fósforos na mão, ele principiou aquilo que seria, durante longos anos, uma série de churrascos macabros.





1945, a frigidez americana



Com mais mortes, destruição, segregação, e doenças causadas pela radiatividade, chega ao fim no Japão, a segunda Guerra Mundial.

As bombas nucleares lançadas, em nome da liberdade e democracia, iniciaram o domínio do grande império do ocidente, que hoje ou a qualquer momento, em nome da manutenção da sua integridade e ordem internas, poderá começar o processo de queima total do planeta.

A frigidez americana,diante das misérias corporais e espirituais do resto do mundo, talvez só encontre paralelo nos grandes predomínios políticos da antiguidade.

Seria mais inteligente, diriam alguns, combater a oposição, ofertando meios dignos de sobrevivência aos miseráveis, do que ocupando militarmente seus territórios ou demovendo-os, das más intenções, com o uso de bombas.



A besta do apocalipse



Uma das causas de tanta miséria talvez fosse a distribuição injusta do dinheiro. Existiam leis, que favoreciam a concentração da moeda nas mãos de poucas pessoas.

As filhas de funcionários públicos falecidos, por exemplo, tinham o direito de receber, ad perpetuam, todos os salários que receberiam os pais, se vivos fossem.

O objetivo do legislador ao aprovar a regra, era preservar a descendência, garantindo às moças solteiras, o pleno desenvolvimento até sua formação ou casamento.

Partia-se do pressuposto que as mulheres, naquele tempo, seriam relativamente incapazes, dependentes de marido, inaptas à manutenção do próprio sustento.

Ocorre que, desvirtuando o espírito do legislador, formavam-se comumente os amancebamentos. A fim de que a mamata não se interrompesse, evitava-se o casamento e a busca de trabalho, era sempre postergada.

E quem perdia com isso era a previdência pública. O estado atolava-se nas dívidas e suas promessas jamais cumpridas. Crescia o descontentamento popular.

Em uma cidade praiana, naqueles anos, viviam cinco dos mais bem pagos aposentados e pensionistas que ganhavam por mês, cada um, mais do que 100 operários pagos a R$500,00 mensais.

Ou seja, uma pensão seria suficiente para garantir o salário de R$500,00 para aproximadamente 100 trabalhadores. Essa era a justiça que agraciava pequenas categorias, em prejuízo de milhões de outros semelhantes.

Os descontentes formariam hordas esperançadas em um poder disciplinador que as conduziria, pelas armas, às mudanças sociais, já naquela altura dos acontecimentos, bem tardia.























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