Para Ruiva Sereia
(RETRIBUINDO AQUELA CORRENTE QUE VOCE ME PASSOU)
20 COISAS QUE ADORO (leia de-va-ga-ri-nho)
1 Sentir sua voz. Seu timbre semigrave e cheio de sotaque, vocalização suave de animal que ama.
2 Lamber o céu da sua boca, sua garganta, seus dentes, chupar sua língua.
3 Imaginar você andando na praia, de saia esvoaçante, de blusa branca com botões.
4 Saber que, quando está bem descansada e inspirada, abre esses e-mails, depois abre as pernas devagarinho, desce seus longos dedos sedentos de secreções brilhantes e transparentes e abre-se para uma janela de estrelas... pensando em mim.
5 Tomar banho quente com você, depois de eu ter invadido o seu banheiro, de ter lhe despido embaixo do chuveiro... darmos um abraço que nos faz uma só pessoa... e depois beber a água dos seus cabelos.
6 Ler os poemas que você escreve para mim, e saber que eles são reais, que são concentrados de emoções suas.
7 Cheirar seus cabelos. Alisá-los, desarrumá-los, penteá-los com meus dedos firmes.
8 Ver a infinita paisagem do Rio com você ao meu lado, dourada (você) pelo pôr-do-sol.
9 Sua doce e desesperada indecisão de saber se quer ou se não quer, se ME quer ou não ME quer, mesmo tendo EU a certeza que você me quer inteiro, todinho, satisfazendo a todos os seus inconfessos desejos...
10 Saber que você vai para a analista falar de nós, só para ouvir o óbvio: que eu sou sua louca paixão, que eu sou seu homem, a areia do seu sapato, e que isso não há sapateiro que conserte.
11 Passar meia hora vendo você resistir ao meu hálito nos seus mamilos, e depois tê-los inteiros, dados por suas mãos.
12 Morder sua nuca. Lamber seu sexo. Chupar seus dedos dos pés. Lamber sua bunda. Lamber sua flor mais íntima. (Não necessariamente nessa ordem...)
13 Nos ver no espelho de um velho hotel, com desejo, com timidez, com o gosto das coisas proibidas.
14 Ler seus mails que mais parecem crônicas, conversa de gente deitada em rede, coisas lindas faladas num divã.
15 Saber que você se veste - e se despe - pensando em mim, e que guarda aquela calcinha vermelha como a um talismã, como guarda nosso primeiro beijo.
16 Beber chope direto da sua boca, fonte perene de coisas boas.
17 Sentir seus dedos longos indo e vindo sobre um corpo cilíndrico e teso, sem eu ter pedido... E ver sua cara de espanto com a constatação da lei universal da dilatação dos corpos e com o aumento das medidas, a matemática louca de uma ciência que deveria ser exata.
18 Saber que minha ousadia é proporcional ao seu encanto.
19 Saber das suas virtudes, da sua competência profissional e amor à arte e à vida, e que tudo isso é parte indissociável da sua beleza, e que ela nos toca e é tocável.
20 Saber que gostaríamos de ter um filho mesmo sabendo que jamais poderemos ter um filho.
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