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Artigos-->TARJAS FÚNEBRES -- 16/10/2004 - 15:11 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
TARJAS FÚNEBRES





Fernando Zocca





Se naquela urbe até os peixes, lépidos, espertos e lisos paravam, imagine o que aconteceria com a mobilidade dos empreendimentos humanos ali tentados.

O rio que cortava a cidade, quando a ela chegava, trazia nas suas águas a dejeção duma dezena de outras localidades situadas à montante.

Talvez fosse essa, a explicação correta, dada por professores e cientistas, ao fenômeno de incidência da maior quantidade de loucos insensatos, jamais vista em qualquer outra concentração urbana do globo.

A elite Tupinambiquence, tentando livrar-se do complexo de inferioridade, (na verdade, bosta na cabeça), criava pra si fantasias, nas quais se via descendente dos expoentes da monarquia francesa do século 18. Ela, (a elite), se auto-atribuía conceitos maiores do que convinha.

Esse tipo de mentalidade equivocada, causava também um fortíssimo preconceito de classe. Os abastados não gostavam dos pobres, mantendo-os à distância e desprezando-os.

Naquele tempo um partido político, que tinha suas raízes históricas no lançamento das bombas nucleares sobre Hiroxima e Nagasaki, preocupado com a manutenção do preconceito, exclusão e destruição de alguns discordantes, empoleirou-se nas posições de mando.

O partido só se elevou sob promessa de que alguns deveriam morrer para a manutenção da paz.

Poucos se importariam se houvessem desvios de dinheiro no setor de comunicação social da Prefeitura.

Poucos se importariam se partes de alguns loteamentos (propriedades da Prefeitura, por força de inadimplementos dos loteadores), seriam desapropriados por preços super valorizados.

Poucos se importariam se os escombros do hospital psiquiátrico (falido por malversação das verbas públicas recebidas), seriam desapropriados pelo prefeito, que daria aos seus proprietários, o equivalente a 100 vezes a mais do que seu valor real de mercado.

Poucos se importavam se no seio daquele partido existissem assassinos usuários de raticida, aplicados nas caixas d água dos vizinhos desafetos.

Poucos se importariam sobre a destruição da cidade com as mesmas armas usadas pelos precursores do partido em agosto de 45.

Poucos se importariam se o epicentro da primeira explosão se daria a 500 metros de altura, no exato cruzamento entre as ruas Regente Feijão e a Beijoamim Constantemente.

Finalmente, poucos sobreviventes e seus descendentes, se importariam de usar tarjas fúnebres no braço esquerdo no dia do aniversário da ocorrência dos fatos.

Os minutos de silêncio, nos estádios de futebol, também seriam em memória das vítimas Tupinambiquences. Só restou esperança pra quem aprendeu descrer naquela corja pretensiosa.

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