Sobre a mesa
junto ao prato
como marido e mulher
posicionam-se
garfo e faca.
Frente aos três
testemunha da união
jaz do vinho a taça.
- Que a cerimônia
do banquete se faça!
exclama a anfitriã.
Quem reclamou
foi a colher
não agüentava ficar só!
Para atendê-la
meteram-na na farinha
e no arroz outra colher
enterraram
antes que também ela
viesse com dengo de mulher
a competir com a faca
e tomar o seu lugar.
Parecia briga de talheres
a rusga de metais havida.
A faca ficou brava
prometeu rasgar e cortar.
O garfo reagiu
e ameaçou espetar.
Assim foi o banquete
de faca e garfo:
pareciam se casar
para inveja e ciúme da colher.