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Artigos-->O BRASIL DO ANO 2020 -- 24/10/2004 - 11:55 (Welington Almeida Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Welington Almeida Pinto



O Brasil tem futuro? Sim, lógico. Mas é necessário projetar para o futuro uma Nação que sabe ler e escrever corretamente. Caso contrário, podemos condenar nosso país a crescer bem menos do que os outros e a sofrer as formas mais perversas de colonialismo e opressão.



No início de 2004, a CIA, serviço secreto norte-americano, publicou um relatório sobre perspectivas globais para 2020. Pasmem!... A entidade afirmou que se o Brasil não conseguir diminuir as injustiças sociais e a distância entre ricos e pobres seremos um país muito mais atrasado no futuro. Principais causas: uma dívida pública impagável e uma mão-de-obra desqualificada. Na América Latina, de acordo com as previsões da CIA, pior do que o Brasil, em 2020, apenas o Haiti.

No governo FHC foi publicado o documento “Brasil 2020”, criando metas ambiciosas. Entre elas o aumento de vagas nas escolas do ensino público com a certeza de que o analfabetismo iria acabar. Até agora, as estatísticas desmentem isso. No governo Lula, o ministro Tarso Genro, da Educação, apresentou o programa “Visão Brasil 2020” praticamente ratificando o que afirmaram os ministros João Paulo Reis Velloso e Ronaldo Sardemberg:...“o Brasil está no caminho certo, vai desenvolver de maneira sustentada e com justiça social”.



Ah... os burocratas! Qualquer cidadão brasileiro sabe que do jeito que anda a carruagem não tem a menor chance de construirmos um Brasil soberano para o futuro. Antes, é preciso levar a sério o combate à corrupção, em todos os níveis. De acordo com o Índice de Percepções de Corrupção, divulgado dia 21 último, pela organização não governamental “Transparência Internacional” o Brasil repetiu o desempenho dos últimos seis anos e ficou no 59° num ranking de 146 países mais corruptos do mundo. Atrás do Chile e do Uruguai. É bom lembrar que o governo não fez o que prometeu para combater o problema.

Melhor diminuir o tamanho do estado e deixar de iludir o povo com alistamento em programas sociais. São coisas onerosas e ineficientes... incontroláveis... perversas... podem levar o cidadão ao ócio e incentivar a corrupção. Quanto aos programas, o ministro Patrus Ananias “que o diga”. Um adágio antigo diz: o ser humano só valoriza aquilo que constrói com suas próprias mãos, trabalhando - terapia que garante dignidade ao homem.

É sempre bom lembrar que a crise social brasileira está intimamente ligada ao atraso do ensino público. Urge por uma ação coordenada pelo poder central com o objetivo de implementar uma eficiente política de combate ao analfabetismo funcional no país, uma ineficiência que promove a corrupção. Do jeito que está nunca vamos edificar bases sólidas para concorrer num mundo globalizado.

Em 1973, a Irlanda elaborou um pacto pela educação, destinando todo o dinheiro recebido dos países mais ricos do continente para o sistema educacional. Resultado: 31 anos depois o país apresenta a maior renda “per capita” da Europa e ocupa o 12º lugar entre as nações de melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).



ESCOLAS PÚBLICAS DE QUALIDADE



O verdadeiro crescimento começa pela melhora da qualidade do ensino de toda a população. Para tanto é preciso aperfeiçoar o procedimento atual, no qual o aluno conclui o ensino fundamental - quando termina – praticamente como entrou, vazio de conhecimento. Diante da hipotética aprendizagem o diploma de um jovem, notadamente o de classe social mais pobre, vale muito pouco para concorrer em um mercado de trabalho cada dia mais exigente - até concurso para gari exige que o candidato saiba ler e escrever certo.



Países europeus que saíram do subdesenvolvimento aplicaram muito dinheiro na educação. O governo espanhol disponibilizou cerca de 125 milhões de euros para estimular a leitura no país e converter o livro em assunto de interesse geral na vida cotidiana da sociedade. O Chile também. Para incentivar o hábito de leitura, lançou recentemente a campanha “Chile Quer Ler” com o propósito de ampliar os acervos das 411 bibliotecas públicas do país.



No Brasil temos que fazer o mesmo. Deixar o discurso de lado e investir pesado na educação. Manter uma escola pública com professores valorizados, prazeirosa, agradável e de boa qualidade. Bem aparelhadas, em qualquer lugar do mundo, elas constituem a instäncia onde é disputada a hegemonia das Nações.



O HÁBITO DE LER



A volta aos livros ajuda a alfabetizar e preparar o jovem para o futuro. Portanto, temos que abrir novos caminhos para incentivar os brasileiros ler mais. Nas escolas e fora delas. Mostrar aos nossos alunos o valor e a função social da palavra escrita ou falada desde a infância, despertar neles o sentimento de lutar por uma sociedade mais equilibrada e justa.



Em artigos anteriores sugerimos ao Comitê de Regulamentação da “Lei do Livro’ formas de garantir recursos para Bibliotecas públicas, como instituir a Loteria Cultural com bilhetes da Loteria Federal, lançados no dia do aniversário de grandes escritores brasileiros, como Guimarães Rosa, Monteiro Lobato, Jorge Amado e outros, que poderão emprestar nome e prestigio a favor de uma causa para gerar recursos destinados à implantação, reforma e reposição livros nas Bibliotecas. Exemplo: Prêmio Machado De Assis, no dia 21/06 (nascimento) ou 29/09 (encantamento). Além disso, estender o Selo Social dos correios para livros nos moldes da Carta Social.



Também é muito importante a inclusão de um Livro Infantil na Cesta Básica do Trabalhador, atitude que há mais de quinze anos lutamos pela implantação. Agora, uma boa notícia: a Marbel, empresa na área de cestas de alimentos de Rio Claro (SP), anunciou ao MinC que vai bancar no ano que vem a distribuição de 1 milhão de exemplares. Neste Natal, um "piloto" terá 200 mil livros.





* * Welington Almeida Pinto é escritor, autor de Santos-Dumont no Coração da Humanidade e A Saga do Pau-Brasil, entre outros livros. Mais reportagens: www.educacaoemfoco.kit.net/artigos - Site pessoal: www.welingtonpinto.kit.net – E-mail:welingtonpinto@globo.com



*** Artigo publicado nos sites: Nova Escola – Usina de Letras – Doce de Letras e outros voltados para a educação. Reprodução permitida

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