LADY VERONA E A RAINHA DO PÓ
PERSONAGENS PRINCIPAIS
1) PETRA CATANI HOLGER - Lady Verona. Nascida em Munique, foi para Verona com sete anos. Quando criança, viu seus pais serem brutalmente assassinados pela máfia da cocaína. Seu pai era alemão e sua mãe italiana natural de Verona, o que permitiu a Petra tornar-se uma cidadã veronesa. Ao longo dos anos, Petra adquire um grande vigor físico chegando a 1,88 m de altura e torna-se uma exímia pentatleta. Contudo, sua maior paixão sempre foi o futebol. Ela toma uma importante decisão na sua vida, largando o pentatlo e inscrevendo-se no Hellas-Verona. Fora dos gramados, entra mais tarde para a polícia de Verona, se destacando pela sua disciplina.
2) AMANDA CERRONE - Colombiana de origem siciliana, é uma das integrantes da máfia da cocaína na Itália. Uma das melhores jogadoras de futebol do mundo, atuando como atacante pelo Milan, sua maior marcadora é Petra Holger. Ficou conhecida como a “Rainha do Pó”.
3) ARNOLDO VANOLI - Técnico do Verona e delegado de polícia, com quem Petra Holger tem um tórrido romance, Vanoli é como se fosse um pai para ela.
4) OLGA NILSEN - Atacante norueguesa que se transferiu para o Verona, é a melhor amiga de Petra Holger, por quem na verdade é apaixonada. Policial, serve na mesma unidade de Petra.
5) RENATA ZAVARISI - Irreverente, é a centroavante do Verona. Como Petra Holger e Olga Nilsen, é policial e serve na mesma unidade que elas.
VERONA, 1984
O juiz alemão Heinrich Holger, que foi morar em Verona respeitando a decisão de sua mulher, natural desta cidade, estava julgando um caso importante. Tratava-se de um poderoso chefão da máfia da cocaína conhecido como “Diabo Negro”. Por sete votos a zero, ele foi condenado à prisão perpétua, possuindo uma longuíssima passagem pela polícia.
Quando Heinrich se dirigia de carro para sua casa, onde a única filha Petra, de sete anos e a esposa Giovanna, o esperavam ansiosamente, não sabia que estava sendo perseguido pelos comparsas de Toni, o criminoso que ele acabara de julgar e condenar. Eles estacionaram o carro a alguns metros de distância da casa de Heinrich para que não pudessem despertar suspeitas. Heinrich e Giovanna estavam esperando por dois entregadores de pizza que estavam se dirigindo à sua casa. Aproveitando a situação, os comparsas de Toni se aproximaram e os mataram por estrangulamento, escondendo os corpos no porta-malas do carro e vestindo as suas roupas. Segundos depois, bateram à porta da casa de Heinrich.
- Eis aqui as suas pizzas bem fresquinhas, Sr. e Sra. Holger!
Após Heinrich lhes ter pago, veio então a terrível surpresa: as caixas de papelão na verdade não continham pizzas e, sim, metralhadoras. O casal foi fuzilado com vários tiros. Escondida e naturalmente assustada, a filha Petra presenciou tudo, tendo memorizado as fisionomias dos assassinos de seus pais.
DEZ ANOS DEPOIS ...
Criada por um casal de milionários muito amável amigo de Heinrich e Giovanna, Petra Holger, uma linda loura de cabelos rebeldes à altura dos ombros e olhos verdes penetrantes, foi aos poucos se tornando uma jovem de físico avantajado, tendo atingido rapidamente 1,88 m de altura. Seus pais adotivos, Marco e Paola Santoro, aconselharam-na a inscrever-se no atletismo, tendo-se tranformado a partir de então numa exímia pentatleta (hoje, o pentatlo clássico compreende: 200m, 1500 m rasos, salto em distância, disco, dardo).
Petra tornou-se uma pentatleta mais por decisão dos pais do que por escolha própria. Certo dia, na ausência destes, ela comprou uma bola de futebol e foi jogar com os vizinhos numa rua próxima à sua casa. Inicialmente, Petra apanhava da bola, sendo alvo de gozação de todos, mas a sua determinação de alemã não a fez desanimar. Foi treinando tanto que passou a tomar uma maior intimidade com a bola, também fazendo embaixadas no pátio de sua casa. Os pais de Petra, vendo que a filha se ausentava constantemente por muitas horas, certa vez, voltando do trabalho, a viram jogando pelada com os garotos e garotas da vizinhança, para seu espanto, pois ela tinha que treinar mais as modalidades do atletismo. A jovem foi aprendendo a controlar a bola cada vez mais, embora não fosse cintura mole como os latinos. Tinha que tomar uma importante decisão em sua vida: continuar no atletismo ou se tornar jogadora de futebol pelo Verona? Apesar de não jogar como os latinos, os pais, a tendo visto atuar nas peladas, ficaram impressionados com sua agilidade, apesar de seus 1,88m. Petra, no dia seguinte após acordar, comunicou a sua decisão aos pais bastante empolgada:
- Vou me inscrever no Hellas-Verona!
- Mas isso é uma loucura, filha! Você é a esperança da Itália para as Olimpíadas de Atlanta! - disse-lhe o pai.
- Eu sempre gostei de futebol e vocês sabem disso! Não nasci para ser campeã como pentatleta!
- Você já tem idade suficiente para saber o que quer da vida, Petra! - conformou-se a mãe.
- Não posso renunciar a meus sonhos jamais! Vou lutar com unhas e dentes para ser uma das melhores jogadoras de futebol feminino do mundo!
Empolgada em fazer um teste para atuar pelo Verona no dia seguinte, inicialmente Petra não conseguia dormir, até que, a uma certa altura, menos ansiosa, pegou no sono para valer. Nessa madrugada, um monge beneditino lhe apareceu em sonho chamando a jovem:
- Lady Verona! Lady Verona, A Incontudível, sou Enzo Manfredini!Você tem muito mais força física do que imagina, cara jovem! Na verdade, já nasceu com essa superforça e invulnerabilidade, que estavam ocultas até então! Você logo perceberá que seus superpoderes não serão importantes apenas dentro de campo, mas também servirão para ajudar toda a humanidade, Dama Blindada! Não conte essa revelação a ninguém!
Admirada com o sonho que teve, ao acordar, ainda na cama, algo estranho aconteceu: pela janela de seu quarto, que estava aberta, as cores amarelo-e-azul do Verona invadiram o corpo de Petra e ela se tornou uma adolescente diferente das demais, com maior agilidade e força sobre-humana. Tomada pelas cores gialloblù, sem que ninguém visse, ela foi em direção ao pátio de sua casa a fim de testar os seus poderes então ocultos. Petra não teve a menor dificuldade em erguer um carro apenas com uma mão! Conforme Manfredini lhe ordenara em sonho, ela passou a guardar segredo sobre os seus superpoderes. Retornando a seu quarto, Petra se arrumou e foi à sede do Hellas-Verona para fazer um teste, se despedindo rapidamente de seus pais adotivos. Ela gostava de jogar avançado e, no início, sofria discriminação por causa de seu tamanho. Algumas jogadoras mais veteranas a apelidaram de Petra Desengonçada. Nessa ocasião, ninguém acreditava que a meio-alemã-meio-italiana pudesse se tornar uma das maiores estrelas do futebol feminino, mas ela sempre procurou dar o máximo de si, não se deixando abater pelas críticas. Certa vez, Petra, em vez de servir as atacantes, foi mais audaciosa e marcou um gol durante os treinos para a próxima temporada do Campeonato Italiano de Futebol Feminino. Ainda não sabendo controlar seus poderes o suficiente, o chute foi tão forte que a bola acabou furando a rede e derrubando inclusive a própria trave, que era de ferro, para o espanto de todos. É claro que ela ficou completamente envergonhada. Foi escalada para a lateral-direita e travou logo amizade com as atacantes Olga Nilsen e Renata Zavarisi.
Iniciava-se a temporada 1994-1995 do Campeonato Italiano de Futebol Feminino. Ainda no vestiário, o técnico do Verona, Arnoldo Vanoli, alertou a lateral-direita Petra Holger:
- Não saia nunca da cola de Amanda Cerrone!
A partida de estréia era no Estádio Bentegodi. A colombiana Amanda Cerrone e a norte-americana Emma Gallagher, ambas atacantes do Milan, tendo visto Petra jogar pelada com os vizinhos algumas horas antes de ela ir para o estádio, riram dela e lhe disseram em voz alta:
- Por que você não volta para o pentatlo, Petra Desengonçada?
Ela, enfurecida, pensou: “eu sei que sou muito mais do que simples força física! Essas duas vão ver só o que a Petra Desengonçada é capaz de fazer em campo!”
Uma vez, os jornalistas disseram: “Petra Holger é loura demais para uma italiana e calorosa demais para uma alemã!”
A lateral-direita Petra Holger e a atacante colombiana Amanda Cerrone iriam protagonizar um grande duelo, arrancando aplausos das torcidas do Verona e Milan respectivamente. A meio-alemã-meio-italiana foi aos poucos se tornando a maior marcadora da habilidosa Amanda, por quem começou a nutrir uma enorme admiração. Porém, Amanda Cerrone fazia pouco na rival, dizendo para suas companheiras de equipe:
- Vou colocar essa grandalhona cintura dura louquinha hoje com meus dribles infalíveis!
Começava a partida válida pela primeira rodada do Campeonato Italiano de Futebol Feminino, temporada 1994-1995. O Verona perde a sua primeira oportunidade de gol. Petra Holger, atuando mais avançada, lançou Renata Zavarisi e esta rolou para Olga Nilsen completar, mas o chute saiu fraco. O Verona, com suas jogadoras inspiradas, ia mais ao ataque do que o Milan, que estava bastante apático, sendo que a principal jogadora, Amanda Cerrone, foi muito bem marcada por Petra. “Essa alemã metida a italiana está conseguindo me anular completamente! Seria melhor se ela tivesse ficado no pentatlo!”, pensou Amanda com raiva. O Verona acabou vencendo o Milan por 2 X 0 com gols marcados por Petra Holger e Renata Zavarisi. Petra disse para si mesma em pensamento: “como diz o ditado: quem ri por último, ri melhor”.
X X X
Amanda Cerrone, de origem siciliana e também bastante aplaudida pela torcida de seu time, foi aliciada pela máfia da cocaína com apenas quinze anos e ficou conhecida na Itália como a Rainha do Pó.
Ela ascendeu rapidamente no mundo do crime, aterrorizando o Norte da Itália, principalmente a região do Vêneto.
Enquanto Amanda amargava a derrota para o Verona, Petra Holger e suas amigas foram comemorar a vitória numa boate, ficando até altas horas da madrugada, porém a metade alemã-metade italiana não tomava bebida alcoólica de modo algum e nunca usou nenhum tipo de droga. Era a mais certinha do grupo. Amanda Cerrone, uma jovem de origem muito humilde e que teve fama repentina, não sabendo lidar com ela, acabou se envolvendo com as drogas.
Por outro lado, Petra Holger também era uma jovem problemática, pois nasceu alemã mas sempre quis ser como os italianos e latinos de um modo geral, até que conseguiu ser uma cidadã veronesa porque sua mãe legítima era natural de Verona. Naturalizando-se italiana e tendo sido escalada para defender a Azzurra, Petra amava Verona acima de tudo. Ela, desde a infância, nunca deixou de achar que ter nascido na Alemanha foi apenas um mero acidente geográfico! Comprou diversos livros sobre a história das cidades italianas, que devorava nas horas vagas.
VERONA, 2004
Fora dos gramados, Petra se tornou uma respeitável policial. Arnoldo Vanoli era seu chefe tanto dentro como fora de campo. Com o tempo, Petra e Vanoli se tornaram grandes amantes. Ele sempre lhe dizia que, na cama, mais parecia italiana do que alemã. Vanoli era também um pai para Petra. De fato, podia perfeitamente ser seu pai, pois ela tinha vinte e sete anos e ele cinquenta.
Sua melhor amiga, a norueguesa Olga Nilsen, mesmo sabendo que Petra amava Arnoldo Vanoli, era apaixonada por ela e não deixava de assediá-la. Certa vez, quando o Verona jogou contra o Juventus, o vencendo por 1 X 0 com um gol de Petra, num momento de distração desta, após comemorar o gol com as outras companheiras de equipe, Olga chegou discretamente por trás dela e alisou o seu traseiro, para espanto da amiga, que lhe deu um forte tapa na mão. Após o jogo, no vestiário, Holger disse a Nilsen:
- Quantas vezes devo lhe dizer que não sou homo e sim hetero?
A norueguesa fez uma piadinha:
- Você não tem jeito mesmo! Só consegue ser italiana com Vanoli!
Petra rebate:
- Mas eu sou italiana!
- O seu problema é que você sente como italiana mas no fundo sempre pensará como alemã! Não pode negar a sua verdadeira origem, queridinha!
Enquanto isso, a alegre Renata Zavarisi, que estava ouvindo tudo, se aproxima das duas.
- Meninas, parem com essa discussão boba e vamos comemorar mais uma vitória! Dessa vez é por minha conta!
- Falou e disse, Renata! - pronunciou-se Olga Nilsen.
A imprensa, tendo sabido que Petra Holger, durante toda a sua carreira, nunca apresentou problemas de contusão, apelidou-a de A Incontundível. A jovem, tendo lido isso nos jornais, ficou admirada porque o monge beneditino Enzo Manfredini também a havia chamado assim em seu sonho. Na verdade, Manfredini ainda não lhe falou em sonho sobre as Dez Guerreiras Sartori de Verona, que eram superatletas natas com força sobre-humana, destinadas a combater toda forma de injustiça e a história das Sartori começou no século X. Tratava-se de simples camponesas e não de nobres e, por essa razão, sua história acabou sendo relegada a segundo plano, consequentemente desconhecida pela maioria das pessoas porque sempre foi mais comum abordar a ótica dos vencedores em vez de a dos vencidos.
DEPARTAMENTO DE POLÍCIA
- Petra, a Rainha do Pó está cada vez mais espalhando o terror pela cidade! Só a morte pode deter essa colombiana! - falou Vanoli.
- Essa baixinha fez mais vítimas? Logo ela, uma das maiores jogadoras do mundo, pertencente à máfia da cocaína! - lamentou Petra.
- Amanda é uma bandida perigosa. Temos de saber o seu esconderijo e desbaratar a quadrilha!
Certo dia, numa ronda, Arnoldo Vanoli e Petra Holger viram um traficante assaltar uma mulher e roubar o seu carro.
- Vamos segui-lo para ver se ele realmente pertence à mesma quadrilha da Rainha do Pó.
Finalmente, descobriram o esconderijo de Amanda Cerrone. Dois membros da quadrilha saem atirando e Petra Holger desarma-os com golpes de artes marciais.
- Por aqui, Vanoli! - gritou Petra.
SEGUNDOS DEPOIS ...
Amanda é surpreendida por Petra. A colombiana diz:
- Ora, ora, temos visitas! Que impressionante! A alemã do Verona também me fazendo marcação cerrada fora de campo!
- Poupe-me das piadinhas, Cerrone! – disse Petra com voz firme.
- Somos só eu e você! Tente me pegar agora, Petra Desengonçada! – falou ela maliciosamente.
Amanda desarma Petra e em seguida a confunde, lhe dando um drible e escapando. A alemã desequilibra-se e cai no chão. Vanoli aproxima-se.
- O que aconteceu?
- Cerrone me driblou e, ainda por cima, me fez falta!
- Que atitude indecente dessa colombiana! Petra, a Incontundível, sendo literalmente driblada fora dos gramados!
Correndo atrás de Amanda e sua quadrilha, Petra e Vanoli acham-na escondida no porão de uma casa abandonada.
- Chegou o seu fim, Rainha do Pó! - Vanoli estava apontando uma arma em direção à sua cabeça, ameaçando atirar, mas Petra não permite, segurando-o.
- Espere, você vai matá-la? - perguntou a jovem assustada.
- Ela é uma ameaça para Verona e para toda a Itália! Bandido bom é bandido morto!
Petra, dessa vez usando sua força sobre-humana, dá um soco na cara de Vanoli e domina três companheiros deste, sendo que o técnico do Verona cai no chão desmaiado. Ela leva Cerrone para o carro e se pergunta em pensamento por que Vanoli estava tão ansioso para se livrar rapidamente da Rainha do Pó. Enquanto dirigia, Petra percebia que a Rainha do Pó estava com medo, embora esta não quisesse admitir. “Essa ex-pentatleta vai me matar!”, imaginou. Amanda diz:
- Por que não acaba logo comigo, sua italiana de araque?
Petra começou a contar em alemão até dez.
- Não, Amanda, eu não vou matar você, por isso a trouxe comigo! Você vive falando mal de mim na imprensa, mas nunca lhe quis mal! Sabe-se lá por que motivo, eu sempre gostei de você desde o início!
- Pensei que você fosse fria como seu chefe, Holger! Por que salvou a minha vida? Para onde está me levando afinal, Rainha do Atletismo?
- Pare com esse negócio de me chamar de pentatleta! Eu a estou levando para minha casa!
Petra chega com Amanda em casa. Seus pais adotivos Marco e Paola deixaram-lhe um bilhete, avisando que estão passando uma temporada na sua casa de campo na França. Ela começa a conversar com a Rainha do Pó.
- Você é uma das maiores jogadoras de futebol do mundo. Por que entrou nessa de drogas?
- Já que me poupou, vou lhe contar tudo. Sabe, eu nunca tive nada na vida, nada mesmo! Nasci em Medelín e meus pais abandonaram-me ainda criança. Fui menina de rua durante muito tempo até que a máfia da cocaína me acolheu e, então, fui para a Itália. Aí acabei entrando numa de cheirar e outras coisas mais. Meu maior sonho sempre foi jogar futebol, assim como você e fiz teste para atuar pelo Milan, tendo sido imediatamente aprovada. Como todos sabem, sou uma das maiores dribladoras do futebol feminino.
- Só não entendi muito bem uma coisa, Amanda: por que Vanoli queria se livrar de você assim tão rápido? Eu decidi poupá-la porque não acho que seja completamente irrecuperável!
- O Vanoli? Esse cara é sangue ruim! Seu irmão Toni Vanoli foi condenado à prisão perpétua há vários anos por tráfico de drogas, sequestro e assassinato.
Petra pensou: “O Toni Vanoli é irmão do Arnoldo? Então é por isso que esse filho da mãe nunca quis me falar sobre o seu passado!” Amanda continuou:
- Seu chefinho Vanoli queria me matar para ele mesmo controlar o tráfico de drogas em Verona!
Os companheiros de Vanoli, fingindo que estavam fazendo uma ronda, passam de carro pela casa de Petra e descobrem onde está Cerrone.
- Chamando Vanoli, câmbio!
- Vanoli falando!
- A Rainha do Pó está na casa de Petra Holger! Venha para cá depressa! Câmbio e desligo!
Vanoli estava numa rua perto da casa de Petra. Ele imediatamente se junta a seus companheiros e segue para lá com o carro. Ela e Amanda ouvem o barulho do motor e escondem-se.
- Cerrone, pegue essa metralhadora rápido!
Vanoli invade a casa junto com um comparsa da Rainha do Pó. Petra tem uma terrível surpresa. “Esse cara foi um dos que fuzilaram meus pais!”
- Petra, você não tem saída! Estou com vários homens cercando a casa! Entregue Amanda Cerrone ou terá o mesmo destino de seus pais! - falou o comparsa.
Petra, por trás, surpreende Vanoli, apontando um revólver para sua cabeça e dizendo:
- Então o mafioso que meu pai condenou há muitos anos é seu irmão! Você não passa de um sacana! Dê-me a arma, ande!
- Petra, você não vai me matar, vai, sua alemã metida a latina?
Vanoli chuta o revólver de Petra para longe e começa a lutar com ela, dando-lhe um soco na cara (ela, para disfarçar, fingiu que sentiu o golpe) e, em seguida, a agarrando pelos braços. Quando ele ameaça atirar, Amanda chega e o desarma com um pontapé no rosto.
- Agora estamos quites, alemã do Verona! Deixe que eu vigio esse nojento!
Enquanto isso, Olga Nilsen e Renata Zavarisi chegam.
- Mas o que está acontecendo aqui?
- Parem ou vocês morrem! - ameaçou um companheiro de Vanoli.
As duas viram que Petra estava correndo perigo.
- Por que Cerrone está aqui com você? - perguntou Nilsen.
- Eu lhes explico tudo depois. - disse Petra, que deu um soco na boca de um companheiro de Vanoli que ameaçava agarrá-la por trás.
O tiroteio corria solto na casa de Petra. Ela, Amanda Cerrone e suas amigas finalmente conseguiram dominar Vanoli e todos os seus comparsas, amarrando-os e amordaçando-os.
UMA SEMANA DEPOIS
- Espero que Vanoli seja condenado à prisão perpétua como seu irmão, o Diabo Negro! - disse Olga Nilsen.
- Amanda Cerrone contou-me que a cúpula da máfia a obrigou a chefiar o tráfico de drogas na região do Vêneto, caso contrário a matariam. Amanda na verdade nunca sujou as mãos, tendo participado apenas de pequenos furtos. Vanoli me fez acreditar que essa baixinha é um monstro! Ela é no fundo mais uma grande vítima do crime organizado! - ressaltou Petra.
A estrela colombiana do Milan decidiu se internar numa clínica especializada em tratamento para dependentes químicos. Certo dia, Petra resolveu visitar Amanda.
- Não sei se vou conseguir me livrar definitivamente do pesadelo das drogas! Tem muita gente que, quando entra nessa, nunca mais sai! – ressaltou Amanda ansiosa.
Petra diz:
- Na vida, devemos tentar sempre e o futebol feminino jamais teria graça sem você! Espero que saia da clínica o quanto antes! Cuide-se, Cerrone e até o próximo confronto Verona X Milan!
X X X FIM X X X
OBS: CONTO ESCRITO EM 1998. OS LEITORES PODERÃO CONHECER UM POUCO MAIS DA MINHA PERSONAGEM LADY VERONA NO SITE:
http://br.geocities.com/ladyveronalafuoriclasse19841985
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