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Artigos-->Literatura de Cordel - reflexões -- 02/11/2004 - 19:24 (Thelma Regina Siqueira Linhares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LITERATURA DE CORDEL – Reflexões



Thelma Regina Siqueira Linhares(*)







A literatura de cordel, como quase tudo que vem diretamente da cultura popular, é, infelizmente e com freqüência, discriminada e tratada como algo de menor importância, no contexto cultural mais elitizado, mais socialmente aceito no Brasil. Assim, o cordel é uma poesia menor, o artesanato, uma arte de qualidade inferior, etc. etc.



No entanto, e dependendo de determinadas políticas públicas e culturais, pode ocorrer oscilações no valor sócio-econômico e cultural que às diferentes manifestações culturais recebem, em tempos e lugares diferentes. Especialmente, àqueles para “inglês ver”, ou seja, valorizadas pelo turismo.



A literatura de cordel ou folheto, como mais popularmente e em décadas passadas era conhecido nas feiras, em especial do Nordeste, de onde foi para o resto do país, nas malas, lembranças, vivências e violas do nordestino, migrante da seca e/ou em busca de melhores dias, foi sempre marginalizado pela elite literária brasileira.



Impossível negar e não reconhecer a função sócio-cultural do cordel. O folheto, por décadas, foi o meio de comunicação mais presente e eficaz das populações iletradas, apesar de impresso, desde o final do século XIX. Era lido e/ou cantado nas feiras-livres.



Comprado, mesmo por quem não sabia ler, era guardado com carinho, até uma ocasião futura e incerta de leitura.



Muitos poetas populares se destacaram no passado: Leandro Gomes de Barros, José Martins de Athayde, Manoel Camilo dos Santos, José Costa Leite, etc. Entre tantos, Patativa do Assaré (Antônio Gonçalves da Silva), o mais contemporâneo (1909/2002), o mais estudado lá fora (tese de doutorado de muitos gringos). Como ninguém, soube poetisar a vida, os sonhos e os sofrimentos do nordestino. Versos criativos, sensíveis, poesia pura, eram decorados, pois o poeta não sabia escrever. Freqüentou escola por pouco mais de três meses, tornando-se um leitor auto-didata.



Ainda no folheto, merece destaque a capa. Em geral, produzida através da xilogravura. Arte que tem mestres de ontem e de hoje – J. Borges, Dila, etc.



Festivais de Viola, Congressos de Cantadores, nos últimos anos, oportunizam eventos onde o centro é a poesia popular, nas vozes do cantador, repentista ou poeta popular. Mesmo com algumas restrições, divulgam a poesia popular.



Acho que a mídia, especialmente, a televisão e outros meios de comunicação de massa, deveriam dar mais espaço às diferentes manifestações culturais do país, sem preconceitos. Assim como os gestores de políticas culturais, os estudiosos (professores, universitários, jornalistas, etc.) os que detêm e divulgam o saber socialmente aceito. Entender a diversidade e a pluralidade rica e às vezes desconhecida da cultura brasileira poderia ser um (re)começo multicultural efetivo.





(*) thelmaalinhares@bol.com.br

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