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Artigos-->A LOUCURA COLETIVA -- 04/11/2004 - 15:29 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Quando o povo judeu reunido, diante de Pilatos, que expunha Jesus Nosso Senhor, decidiu-se pela libertação do Barrabás, cometeu uma inesquecível loucura coletiva. Na década de 30, quando a classe média da sociedade alemã escolheu Adolf Hitler, objetivando livrar-se dos comunistas, não poderia crer num revide vingativo que massacrou 6 milhões de Judeus nos campos de concentração, durante a II Guerra Mundial. No primeiro momento histórico ocorreu a ação de muitos contra um só. No segundo, houve a ação de um, e seu grupo, contra muitos. Nos dois momentos, o elemento comum: o povo judeu.

Ainda que mal comparando, Tupinambica das Linhas também cometeu sua loucura coletiva ao eleger Jarbas, o caquético-testudo, prefeito municipal, em detrimento da cidade que, para muitos, foi crucificada.

Jarbas era um dos mais legítimos componentes da elite Tupinambiquence. Ele representava grande parte do funcionalismo público; principalmente aquela camada voltada aos ideários da seita maligna do pavão-louco (aspones). Em comparação suscinta, no Brasil Colonial, ele seria o senhor do engenho, o coronel no sertão, o capitão-do-mato na senzala, o crucificador na crucificação, e o patrão mal pagador na empresa.

Olavo Bilacre, era um dos mais notórios rábulas ladrões, hábeis na subtração dos dinheiros públicos. Ele já fora Secretário Municipal numa administração anterior, quando o mesmo partido do Jarbas dava as cartas na cidade. A população não teve tempo de comentar suas sacanagens, eis que estava embasbacada e absorta, diante dos atos dum vereador nomeador, de todos os membros da sua família, funcionários "concursados" da câmara municipal.

Jarbas tinha o cocuruto mais liso do que coco verde. Sua barbicha rala mostrava bem o estágio caquético em que se encontrava. Se não fosse eleito não teria como pagar as dívidas cobradas no Judiciário por órgão do Ministério Público.

Não é bom carregar nas tintas pra pintar o Jarbas; mas ele tinha de si conceitos maiores do que convinha.

Logo depois de cientificado, da sua vitória nas urnas, Jarbas foi mais assediado, por correligionários pedintes de cargos públicos, do que a assustada totó no cio, perdida no meio da cachorrada esbaforida, com aquelas coisas todas pra fora.

O fator que tranqüilizava o Jarbas e sua quadrilha, era a crença de que o povo Tupinambiquence era alienado, e vivia mais por fora do que semente de caju.

Uma das frases de efeito que o alcaide mais gostava era aquela escrita por ele no computador idoso: "TEU ÓDIO É A ESCADA PELA QUAL SUBO". Depois de impresso ele mandou plastificar o dístico; emoldurado, pregou-o na parede.

Exageravam aqueles que afirmavam ser os neurônios do Jarbas subnutridos. Seus parentes diziam que os maledicentes assim agiam por inveja pura. O ato de desprezar os méritos do vencedor tinha como função a preservação da auto-estima dos incompetentes incapazes de suscitar a inveja que ele suscitava.

Gary Kaspa White um vereador velho e alquebrado, (tinha o ventre encovado e flácido), vencido mais uma vez, nas últimas eleições, fazia mesmo questão em defender o Jarbas com unhas, dentes, e se necessário fosse, o faria com o uso até de armas de fogo. Foi por isso (a fidelidade canina) que ele quase bateu num arreliador quando esse disse ser o nobre professor Jarbas um ladrão, safado e peçonhento. O velhote só não alcançou o abusado, por ter tropeçado num galho de árvore caído ali na calçada. A pressão arterial do vovô foi à mil por hora. Quando Gary percebeu o galope do coração, imaginou logo a figura do seu professor doutor, cardiologista tabagista, chamando-lhe a atenção.

Um problema dificultava a assimilação do Gary Kaspa White pelo partido. Eram as noções que ele tinha do mundo. Dentre elas fazia parte o pensamento: "Um carro bonito e luxuoso, não serve pra mais nada, além de proporcionar, ao seu proprietário, a observação das reações que ele provoca."

Alguns diziam ser o Gary tão incoerente, mas tão incoerente que, nas sessões tumultuadas da câmara municipal, pedia calma aos companheiros, distribuindo-lhes na cabeça, sopapos fortíssimos, e safanões estonteantes.

Fazia parte dos planos de governo do senhor professor doutor Jarbas Alvo, a dissolução da imagem negativa de Tupinambica das Linhas, conhecida no mundo inteiro como o local do universo concentrador da maior quantidade de loucos, pederastas, prostitutas e vagabundos jamais vista em todo resto do Brasil. Por isso, meu amigo, minha amiga e senhoras donas de casa, ele concentraria seus esforços nos projetos que, pra serem desenvolvidos, implicariam infelizmente, na dispensa dos sujeitos iguais ao pobre e lacrimoso vereador Gary Kaspa White.





Leia também da série Finalmente Tupinambica das Linhas se Ferrou: TARJAS FÚNEBRES, TARJAS FÚNEBRES II, A PACHEQUICE, ABRE TEUS OLHOS, JARBAS, O NÓ CEGO, O COLARINHO BRANCO DO JARBAS e ZÉ TAPINHA.

Breve: AS BROXADAS DO TOTÓ. (Êh Totó, quem diria hem?)









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