pendurado atrás da porta
trás lembranças amargas
das abundantes matas
que existiam aqui
chapéu de palha
quantas cabeças protegeste
de sol a sol
no pique da enxada, do serrote e do machado
na cobiça incessante
de homens errantes
que por aqui passaram
matando o verde
ceifando o chão
deixando-o brocado
sem vida, inutilizado
até você, chapéu de palha
foste preterido, jogado
acabou o teu reinado
os homens se foram
deixando só destruição
ficaste só, chapéu de palha
enconstado, sujo, desfiado
inerte, pendurado
como prova contundente
do crime aqui praticado
|