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Cronicas-->Basta de mentiras -- 12/11/2001 - 00:28 (Marissom Ricardo Roso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Deve haver algo mais além daqui", disse o Coringa para o Ladrão. Sem motivo para ficar excitado, o Ladrão gentilmente retrucou: "Há muitos entre nós que sabem que a vida não passa de uma piada". "Então, deixem de nós contar mentiras, pois o tempo passa depressa", rebateu o Coringa. (Dylan, Bob. All Along The Wathctower).

Neste final de século, apesar de todas as "maravilhas" de um mundo globalizado, onde sobram idéias e teorias maravilhosas formuladas por tecnocratas de plantão, os problemas se acumulam e a despeito de toda essa tecnologia, está cada vez mais difícil sermos felizes. A cada nova manhã, aumenta assustadoramente o número de semelhantes nossos condenados ao sofrimento.

Isto tudo faz parte de uma ideologia massivamente pregada de que só alguns sabem e são competitivos transformando todos os outros em meras máquinas humanas, alienadas e consumistas. Nestes tempos de globalização e neo-liberalismo, onde o ser humano se encontra sufocado por uma ideologia consumista, sem ter muitas opções de escolha, nada mais adequado que provocar uma reflexão filosófica sobre o apelo materialista, ou seja, sobre a natureza e o processo de produção da existência do homem.

Basta uma reflexão mais apurada para entender este processo. Tudo isso por que a humanidade está subjugada por poucos poderosos que querem continuar dominando o mundo e não têm interesse na plenitude do homem, não permitindo que o conhecimento seja distribuído. Apesar da humanidade acumular milênios de sabedoria o homem nunca foi tão individualista como agora. Nos últimos anos não produzimos nada de novo filosoficamente e, o que já foi produzido é sonegado e esquecido além de não ser considerado ciência. Sucumbimos ao materialismo e a alienação pela ignorància. É bem verdade de que todos vivemos a partir de um direcionamento significativo do mundo e, que nem todos poderemos ser chamados de filósofos, mas nós não necessitamos de `grandes´ filósofos, apenas que sejamos filósofos. Precisamos apenas que não nos roubem nossa capacidade de pensar para depois agir. O pensador italiano, António Gransi diz: "Criticar a própria concepção de mundo, portanto, significa torná-la unitária e coerente e elevá-la até um ponto atingido pelo pensamento mundial mais desenvolvido. Significa, portanto, criticar, também, toda a filosofia existente até hoje, na medida em que ela deixou estratificações consolidadas na filosofia popular".

A Filosofia serve para não darmos aceitação imediata às coisas, sem maiores considerações. Sendo assim, o objetivo da filosofia, é ser um modo consciente e crítico de pensar e direcionar a vida. Filosofar é questionar as teorias preconcebidas que nos impõem, é querer saber porque as coisas acontecem. A grande maioria dos nossos problemas de fim de século que se repetem ao longo dos anos, serão resolvidos no momento em que a filosofia substituir a ignorància. Teremos um mundo melhor a partir do momento em que a filosofia deixar de ser um assunto enfadonho, ensinado nas escolas para pessoas com certos vícios de personalidade ideológica incorrigíveis.
Seria maravilhoso ensinar filosofia para as crianças e os adolescentes. Não necessariamente de uma forma romàntica como o professor misterioso de Sofia, mas de uma forma leve, clara e objetiva. As crianças ainda não carregam dentro de si o vício do conformismo.

A filosofia nos leva a fraternidade, e a fraternidade nos levará a felicidade. É preciso compreender que já não basta sermos felizes; é necessário descobrir o que podemos fazer para tornar também felizes os nossos semelhantes. O mundo seria mais equilibrado se um número cada vez maior de pessoas fossem livres, e a liberdade está no conhecimento. Todo aquele que possui algum conhecimento deve encarnar um profeta e utilizar este conhecimento como um instrumento poderoso de transformação do mundo, criando uma sociedade mais justa, consciente e responsável sobre os dramas que nos afligem. A busca pelo conhecimento será a grande batalha do próximo século.

Se esta questão não for abordada com a seriedade que merece, corremos o risco de ver surgir no próximo século o néo-colonialismo com o mundo dividido entre aqueles que possuem o conhecimento, representados pela figura esperta do Ladrão, e os escravos representados pela figura patética do Coringa, como na fábula de Dylan.
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