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Artigos-->O CÓDIGO DA VINCI ERROU -- 17/11/2004 - 09:04 (Wilson Vilar Sampaio) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O CÓDIGO " DA VINCI"



Por Wilson Vilar Sampaio



Eu li o livro " O Código Da Vinci " e gostei muito da qualidade e da quantidade de informações que o autor, inteligentemente, repassa para os leitores. Como livro de ficção é ótimo e se constitui num bom entretenimento. Nada mais do que isso. Porém receber o livro como uma espécie de " novo evangelho", acreditando que Jesus Cristo não morreu na cruz e não era o filho de Deus, e além disso, constituiu família ao lado de Maria Madalena, havendo dessa união uma criança do sexo feminino e que a igreja que ele queria construir deveria ser orientada(comandada) por uma mulher, não passa de lucubrações fantasiosas com o objetivo, creio eu, de valorizar o enredo.



Destarte no terreno da ficção ele é interessantíssimo. Já no campo religioso, notadamente o cristão, é inaceitável porque não resiste a uma simples análise teleológica. Basta que o analista compare o enredo da história com os fatos acontecidos no tempo em que Jesus andou pelo mundo, cumprindo a missão que lhe estava determinada nas escrituras, conforme predito pelos arautos de Deus - os Profetas-.



O grande artista Leonardo da Vinci , pintou a sua " última ceia " mostrando uma mulher que seria Maria Madalena, numa situação em que o autor do livro sugere ser ela a companheira(esposa) de Jesus, simbolizando a mulher como o cerne da mensagem a ser difundida por Jesus, e que estaria incumbida por Jesus Cristo de dar continuidade ao seu projeto religioso que teria como figura central a mulher - a filha de Jesus com Madalena- a qual seria o próprio cálice sagrado ou o " Santo Graal" . Por isso, Maria Madalena aparece no painel sendo ameaçada por São Pedro, que não gostou nem um pouco de ser descartado da condução da Igreja.



Ressalte-se que a figura de Maria Madalena até pouco tempo atrás, antes de uma restauração completa do painel da " Última Ceia", era tido como sendo João Evangelista, o discípulo predileto de Jesus. Destaque-se ainda que se o autor do livro estiver certo, o Apóstolo João deixou de comparecer à ceia de despedida de Jesus, quando ele prediz o que lhe vai acontecer e institui o sacramento da comunhão com a belíssima imagem do pão(sua carne) e do vinho(o seu sangue).



No mesmo painel, uma mão que não pertence a nenhum dos presentes, exibe ostensivamente um punhal ou uma faca, significando tal alegoria qualquer coisa que queira o intérprete, basta escolher.



Inteligentemente, o autor do livro traz à colação Ordens Religiosas - na maioria - desconhecidas pelos cristãos modernos- tais como o Priorado de Sião, a Opus Dei, e os Templários. Igualmente inventa anagramas e enigmas com os nomes San Graal, Mona Lisa, Sophia , etc.



Explora ainda, inteligentemente, o simbolismo da Estrela de Davi, cuja interpretação esotérica realmente tem a ver com o masculino e feminino.



Porém o principal entrave para que a história narrada no livro sob comento ganhe contornos de veracidade é a figura de LUCANO. Mas quem foi Lucano?



Lucano era uma médico grego que, conhecedor da profecia sobre a vinda do Messias para salvar os Judeus, interessou-se quando soube que um homem estava fazendo prodígios na Galiléia e que esse homem poderia ser o Messias esperado.



Assim, Lucano partiu para a Galiléia com o objetivo de ver e falar com esse homem. Sucede que, apesar da imensa vontade de vê-lo, Lucano nunca conseguiu seu intento. Toda vez que chegava numa cidade ou povoado, aquele que chamava-se Jesus, já havia passado por aquele lugar. Lucano então contentava-se em entrevistar as pessoas que haviam visto Jesus ; que haviam sido curadas por Jesus e que haviam ouvido o que Jesus lhes dizia.



E assim aconteceu. Aonde Lucano chegava, Jesus havia passado há alguns meses. E Lucano seguia falando com as pessoas, perguntando sobre Jesus, anotando os milagres e as pregações.



Como médico, interessava-se sobremaneira pelas curas milagrosas que se sucediam por onde Jesus passava: leprosos, paralíticos, cegos, coxos, tísicos, surdo-mudos e até mortos que ressuscitavam! Lucano procurava estas pessoas para conversar com elas sobre os milagres. Depois procurava os parentes daqueles doentes e os encontrava maravilhados pelo que tinha acontecido.



Aí então, Lucano começou a ler o que tinha escrito; a prestar mais atenção nas pregações daquele homem. E se descobriu maravilhado com os ensinamentos de Jesus que predicava em forma de parábolas para que o povo o entendesse, assumindo a responsabilidade de revogar, em parte, a Lei de Moisés, até então aceita e aplicada pelos Judeus.



A revogação de parte da Lei Mosaica foi um ato de grande coragem de Jesus e lhe granjeou à inimizade e oposição ferrenha dos fariseus.



Pois bem, o nosso médico Lucano, depois de centenas de entrevistas com pessoas que tinha sido curadas por Jesus e tinham acreditado nas palavras de Jesus, chegou finalmente em Jerusalém, porém como sempre, atrasado, pois Jesus havia sido preso, julgado, torturado e por fim crucificado. Mais do que isso, ao 3º dia de sua morte, havia ressuscitado e permanecido por 40 dias aqui na terra, instruindo seus apóstolos, antes de partir ao encontro de Deus.



Imaginem a tristeza de Lucano ao saber desses acontecimentos, porque à essas alturas Lucano começava a acreditar que Jesus Cristo era o Messias. Mas, mesmo triste, continuou com suas entrevistas, em busca dos últimos ensinamentos de Jesus; querendo recompor os derradeiros momentos do Filho de Deus aqui na terra.



E foi assim que chegou até Maria , mãe de Jesus, e dos apóstolos discípulos do Mestre. Com eles completou suas entrevistas que, depois de escritas em grego, transformou-se no maior documento comprobatório da saga de Jesus Cristo - O Evangelho de São Lucas -!



Com efeito, Lucano posteriormente converteu-se à fé cristã e adotou o nome de Lucas, vindo depois a ser um dos quatro evangelistas. Mais do que isso, Lucas escreveu também os " Atos dos Apóstolos " que conta o que aconteceu com os apóstolos após à subida de Jesus ao céu para encontrar-se com Deus.



Agora, feita esta exposição, vamos ao que interessa à resolução da questão: Como vocês viram, um médico grego pagão, interessado em astrologia e divindades estrangeiras, toma conhecimento das profecias dos judeus sobre a vinda do Messias e da libertação daquele povo. Depois, ouvindo falar que um homem santo estava desafiando antigos conceitos religiosos na Judéia, com suas idéias revolucionárias, parte para lá com o fito de comprovar se aquela pessoa era realmente o Messias.



Assim, nós temos uma história elaborada com base em depoimentos, entrevistas e comprovações de fatos, como se Lucano fosse um moderno jornalista. E o que torna a história que ele escreveu mais crível é a sua condição de não discípulo de Jesus, aliado à sua nacionalidade e condição religiosa: grego, pagão e politeísta.



Sobre Lucano, o São Lucas Evangelista, uma escritora americana chamada Taylor Cadwell passou cerca de 46 anos escrevendo um livro chamado " Médico de Homens e de Almas" , onde fala de Lucano, explicando o motivo que o levou à procura do Messias dos Judeus.



E é justamente essa história, escrita pelo modo que foi e que mais tarde transformou-se em um dos 4 evangelhos adotados pela Cristandade que nos dá a certeza, a convicção, a segurança de afirmar que Jesus Cristo morreu na cruz e ressuscitou. Que Jesus Cristo chamou a Pedro para edificar sua igreja. Que Jesus Cristo não teve Maria Madalena como esposa e tampouco teve uma filha com ela.



Ora, se essas coisas tivessem acontecido, Lucano, pesquisador minucioso que era, haveria de descobrir. Mesmo porque Jesus havia influenciado muita gente e feito um sem número de adeptos, muitos dos quais entre temerosos e esperançosos, assistiram sua crucificação e alguns dias depois souberam da sua ressurreição. Pois foi justamente isto que Lucano, aliás, LUCAS escreveu na sua história e de quebra, escreveu a história dos Apóstolos, quando partiram de Jerusalém para divulgar a mensagem que lhes fora confiada por Jesus Cristo.



Não bastasse o Evangelho isento de qualquer envolvimento pessoal de Lucas, temos ainda para corroborar a versão da morte de Jesus, uma outra personagem chamada Saulo, cidadão romano, que revelou-se um terrível perseguidor dos adeptos de Jesus Cristo e participante ativo do martírio do cristão chamado Estevão, que morreu apedrejado por causa da sua fé em Cristo.



Pois bem, Saulo foi convertido ao cristianismo diretamente por Jesus Cristo, num episódio narrado em " Atos dos Apóstolos", no qual Saulo chegando perto da cidade de Damasco para onde estava indo com autoridade para agir contra os hebreus convertidos ao Cristianismo,

" subitamente o cercou uma luz fulgurante, vinda do céu" ao tempo em que uma voz perguntou-lhe: "Saulo, Saulo, por que me persegues? E Saulo pergunta então: " Quem és senhor? E obtém a resposta que mudaria sua vida : " Eu sou Jesus, a quem tu persegues."



A excessiva claridade o havia cegado e após passar três dias em Damasco, sem nada ver ou comer ou beber, recebe a visita de Ananias que fora enviado por Jesus para curá-lo.



Após a cura, Saulo, aliás, Paulo de Tarso como ficou conhecido, começa também a propagar a mensagem de Cristo, transformando-se num dos maiores Apóstolos de Jesus.



Paulo de Tarso, por motivos de foro íntimo, era celibatário e casto, a teor das " I Epístolas aos Coríntios" no qual dirime uma série de dúvidas entre os cristãos de Corínto, cidade conhecida por sua corrupção moral.

Em uma delas, afirma : " Quanto àquelas coisas sobre que me escreveste, é bom para o homem não tocar mulher; mas, por causa da fornicação, cada um tenha sua mulher!" E mais diz: " Porque eu queria que todos vós fôsseis como eu; porém, cada um tem de Deus o seu próprio dom: um de modo e outro doutro" . E continuando " Digo aos não casados a às viúvas que lhes é bom se permanecerem assim, como também eu ".



Por essas palavras, Paulo de Tarso exterioriza o que pensa acerca do casamento, significando a palavra casamento, coabitação com relações sexuais. Destarte fica mais uma vez corroborado o fato que Jesus Cristo não casou, pois se assim tivesse sido, Paulo de Tarso jamais se converteria e se envolveria com o Cristianismo ao ponto de ser morto por causa da fé em Cristo. Ao contrário, continuaria a perseguir os judeus convertidos, pois jamais se curvaria a um Messias casado e com prole.



Destarte, com fundamento no Evangelho de Lucas e nas Epístolas de Paulo de Tarso, vemos cair por terra toda a trama do Código da Vinci, restando apenas do livro, o que merece restar e fazer sucesso: A FICÇÂO!

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