Usina de Letras
Usina de Letras
23 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62303 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22541)

Discursos (3239)

Ensaios - (10397)

Erótico (13575)

Frases (50695)

Humor (20043)

Infantil (5465)

Infanto Juvenil (4787)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140829)

Redação (3311)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6215)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->A ALQUIMIA POÉTICA DE ZACARIAS MARTINS -- 17/11/2004 - 11:16 (ZACARIAS MARTINS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nelson Hoffmann



As Letras deram-me um amigo a quem chamo de irmão: o Mano Zaca. Ele mora em Gurupi, Estado do Tocantins, e é um cara agitado, parece que nunca pára quieto. Ou, talvez melhor, está sempre em todos os lugares, comparece em todas as frentes, tudo ao mesmo tempo, é um ubíquo... É possível ser ubíquo?

Se é, o Mano Zaca é.



O nome é Zacarias Martins e ele vem da distante cidade de Belém do Grão-Pará. Radicado há mais de vinte anos em Tocantins, é figura presente em todos os eventos culturais surgidos e realizados neste Estado. No próximo dia 27, Zacarias Martins estará lançando o livro “Pinga-Fogo”, às 20 horas, no Centro Cultural Mauro Cunha, em Gurupi, como parte das comemorações alusivas aos cinco anos de fundação da Academia Gurupiense de Letras, da qual é vice-presidente.



É fácil desconfiar que a maior parte da obra de Zacarias Martins é obra esparsa, distribuída por jornais, revistas, antologias, folders e avulsos outros. O quase difícil é acreditar que, ainda assim, ele já tenha boa obra poética solo publicada, da qual se pode destacar “Transas do Coração”, “O Poeta de Belém”, “Poetar”, “O Profeta da Felicidade” e “Vox Versus”. Além disso, há reportagens, festivais, shows, CDs; tudo por ele realizado, com ele à frente ou com destaque forte de sua participação.



A poesia de Zacarias Martins é simples, singela, e aborda o cotidiano de todos nós. Não inova, não traz novidades, embora, por vezes, surpreenda com verdadeiros achados. “O Aniversário” é um caso típico. A gente lê o pequeno poema e acompanha a declaração que é tão comum: os cumprimentos natalícios para uma pessoa querida. De repente, a surpresa: a pessoa querida é... a máquina de escrever. Só então a gente se dá conta: o autor é um escritor.



Mas o detalhe que mais assoma, se destaca em alto grau, é o lado irônico, debochado até, da escritura de Zacarias Martins. Não um deboche no sentido de ofender, machucar, mas no sentido de provocar o riso, demonstrar o ridículo de certas atitudes, tipos ou ações humanas. É a caricatura plena, no que o autor é mestre. Nesse sentido, por exemplo, é de se ler e reler o “Decálogo do Bom Político”. O agir dos nossos políticos, a fala, os gestos, o modo de ser, tudo está ali, em síntese, sem tirar nem pôr, provocando risos do começo ao fim, desvendando a artificialidade e, assim, sugerindo reflexões sobre a verdadeira e honesta prática política. Ridicularizar ainda é um bom caminho para a correção.



Mais que tudo, porém, Zacarias Martins é um ativista cultural. Em tudo o que realiza e faz, ele provoca e agita. Não pára quieto, eu já disse, é um agito só. Onde há sinal de alguma possibilidade intelectual, ou de sua manifestação, lá está ele. Em não havendo, provoca-a. Afirmo isso, pois que tenho lhe acompanhado as andanças por escolas, clubes, academias. Tudo é pouco.

Este é o lado que mais me impressiona. Sou parado, quieto, recluso. Perdi arroubos, desencantei-me. Mas não deixei de admirar quem aos arroubos se entrega.



sto me impressiona e admira de tal modo que, em outra ocasião, já escrevi sobre Zacarias Martins. Sua atividade e sua espontaneidade estão fazendo com que Gurupi e o jovem Estado do Tocantins se tornem mais conhecidos por este Brasil afora. É assim. Falou Cultura, lá está o Zacarias... o Mano Zaca. Não importa o chão, não importa o ângulo, não importa o prisma, nem o lugar; mas o Tocantins em primeiro.



Publicado no jornal "O Girassol", de Palmas (TO), edição de 17/11/2004
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui