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cronicas-->Somos águias -- 12/11/2001 - 00:32 (Marissom Ricardo Roso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
James Aggrey, político e educador popular africano que pensava semelhante a Paulo Freire achava que, para libertar um país, antes de tudo era preciso libertar a consciência do povo, pois os colonizadores para ocultar a violência de sua conquista, desmoralizavam os colonizados impiedosamente. Ele usou o conto da águia e da galinha, para unir e fortalecer o povo de Gana na luta pela libertação do colonialismo Inglês.

Trata-se da história de um filhote de águia que foi recolhido e criado como uma galinha passando a acreditar ser uma delas, até que um dia alguém o fez ver que era uma águia. Leonardo Boff, em "A águia e a galinha - Uma metáfora da condição humana, Vozes, 1997", usa a mesma história para traçar um paralelo na condição humana nestes tempos de globalização. A galinha expressa a situação humana em seu cotidiano, no círculo da vida privada, nos hábitos e tradições culturais; a águia representa a mesma vida humana em sua criatividade, em sua capacidade de romper barreiras, em seus sonhos. Ambas se complementam, traduzem o dinamismo humano, enraizado por uma parte, e sempre aberto por outra.

Como grande parte da humanidade, hoje está subjugada à dimensão galinha pelos interesses de alguns poucos, mais do que nunca é preciso compreender que não podemos jamais esquecer nossa paixão indomável, nosso projeto infinito, ou seja, nossa dimensão águia. É necessário prestar atenção ao individualismo exagerado para o qual caminha a humanidade, e destacar a importància da solidariedade, da fraternidade, da compaixão e da singeleza na construção do homem, tão ausentes nos dias de hoje. A história "A águia e a galinha" é um manifesto de libertação e nos mostra que é imprescindível buscar a confluência das energias presentes na águia e na galinha, para que elas cooperativamente construam o "Ser" em sua plenitude.

Prestes a ingressar em um novo milênio, nada mais adequado que cada ser humano empreenda uma viagem interior e faça uma reflexão na busca deste equilíbrio entre o Ser material e o Ser espiritual em suas ações. Infelizmente, a discriminação dos colonizadores acaba presente em todas as relações de poder e saber de uma sociedade, tanto no campo político, social e económico, transformando-se naquilo que Michel Foucault identifica como um poder invisível mais forte que o próprio poder do Estado. Esse poder quer nos fazer crer que seremos eternamente galinhas. Mas, para enfrentar desafios é preciso fugir do comodismo, do conformismo e do pragmatismo. Recordemos a lição dos antigos: se não buscarmos o impossível (a águia), jamais conseguiremos o possível (a galinha).

Precisamos nos libertar desta postura estática que defende uma ordem senil, que teima em não assimilar o impacto das exigências sociais. Muito mais do que mudanças políticas e económicas, é necessário a transformação da classe política e de todos aqueles, direta ou indiretamente ligados ao poder. Mas, o mais importante de tudo é despertar a consciência das pessoas que elegem seus representantes políticos. Não podemos permanecer estáticos diante deste comodismo injustificável, desta ausência de perspectivas em relação ao futuro. O verdadeiro político não pode se deixar seduzir pelas atrações fáceis do poder e do sucesso; ele deve funcionar como um canal para os anseios mais prementes de sua comunidade. O povo não pode simplesmente sonhar com uma sociedade perfeita, mas sim ajudar a construí-la, assumindo a responsabilidade de escolher seus representantes.

A História é a transformação da realidade, do mundo e do homem. É a transformação da maneira como o homem se relaciona consigo, com o social, com o poder e com a natureza. Todos os fatos históricos se relacionam com um certo dinamismo da ação humana. A cada momento, a intervenção do homem na realidade produz transformações nas relações sociais, económicas e políticas. O homem está sempre criando uma nova cultura e, portanto, uma nova realidade; e isto nos aponta sempre para o presente.
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