Meus olhos tocaram
No solo verdades amargas
Vingadoras por justa
Comoção das próprias fraquezas.
Daí descobri,
Sou um ser nostálgico.
Ficaram as imagens
No chão
Umas surrealistas
Outras cubistas
Homens vigaristas e futuristas
Do vigário, do bonde
Que dadaísmo isto dará?
Olhos de vidro
Dispersados em cacos
Uma arte da razão
Pobre razão
Inexperiente razão.
Os raios penetram
Onde ficavam os olhos
Restou um abismo.
E se perderam,
O que perderam?
Se confundiram,
Nos confundiram.
A vida
O cão
A criança
Os gostos incomuns
A felicidade perdida
O gozo cedido.
Eu pensava
E me dava cócegas
A fragilidade diante da cegueira
As mãos vagueavam,
Giravam,
Concluíam uma circunferência servil.
É um desespero,
Esta necessidade do concreto,
Da certeza para se enveredar.
Meus escassos pêlos,
Todos eriçados,
Faziam o tempo voar mais baixo.
E era nisso, no ar
Que eu me apalpava.
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