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Artigos-->As raízes do ateísmo -- 20/11/2004 - 00:23 (Don Cuervo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
As raízes do ateísmo



VIVEMOS num planeta em crise; uma breve olhada nas manchetes dos jornais confirma esse fato todos os dias. A condição desesperadora do mundo tem levado muitos a duvidar da existência de Deus. Alguns, afirmando ser ateus, chegam a negar que ele existe. Dá-se isso no seu caso?



A crença ou a descrença em Deus pode afetar profundamente sua visão do futuro. Sem Deus, a sobrevivência da raça humana depende inteiramente do homem — uma idéia desalentadora, considerando-se o grande potencial de destruição do homem. Caso creia de fato na existência de Deus, então provavelmente aceita que a vida neste planeta tem realmente um propósito — um propósito que talvez ainda se realize.



Embora a rejeição da existência de Deus tenha sido esporádica no decorrer da história, só nos últimos séculos é que o ateísmo se tornou popular. Sabe por quê?



Percebendo as raízes



Uma árvore muito alta impressiona. Todavia, o olho só percebe as folhas, os galhos e o tronco. As raízes — a fonte de vida da árvore — jazem ocultas, bem fundo no solo.



Ocorre algo bem parecido com o ateísmo. Igual a uma árvore majestosa, a rejeição da existência de Deus atingiu uma estatura impressionante no século 19. Poderiam a vida e o Universo existir sem que houvesse uma Causa Primária sobrenatural? É a adoração dum Criador um desperdício de tempo? A resposta dos principais filósofos daqueles dias soava em tom alto e claro. “Assim como não mais necessitamos dum código moral, tampouco necessitamos de religião”, declarou Friedrich Nietzsche. “A religião é o sonho da mente humana”, asseverou Ludwig Feuerbach. E Karl Marx, cujos escritos teriam profunda influência nas décadas por vir, declarou destemidamente: “Quero livrar ainda mais a mente dos grilhões da religião.”



Multidões ficaram impressionadas. O que percebiam, porém, eram simplesmente as folhas, os galhos e o tronco do ateísmo. As raízes já existiam e se desenvolviam muito antes do início do século 19. O que surpreende é que o desenvolvimento moderno do ateísmo foi fomentado pelas religiões da cristandade! Como? Devido à corrupção existente nelas, essas instituições religiosas provocaram muita desilusão e protesto.



As sementes são lançadas



Na Idade Média, a Igreja Católica exercia uma influência repressora sobre seus súditos. “A hierarquia parecia mal preparada para tratar das necessidades espirituais do povo”, comenta The Encyclopedia Americana. “A alta cúpula do clero, notadamente os bispos, era recrutada da nobreza e encarava seu cargo principalmente como fonte de prestígio e poder.”



Alguns, como João Calvino e Martinho Lutero, tentaram reformar a Igreja. Seus métodos, porém, nem sempre foram semelhantes aos de Cristo; a Reforma foi marcada por intolerância e derramamento de sangue. (Note Mateus 26:52.) Alguns dos ataques foram tão violentos que três séculos mais tarde Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos Estados Unidos, escreveu: “Seria mais perdoável não crer em deus algum, do que blasfemá-lo pelos cruéis atributos de Calvino.”



Obviamente, a Reforma não restabeleceu a adoração pura. Todavia, reduziu o poder da Igreja Católica. O Vaticano não mais detinha o monopólio da fé religiosa. Muitos aderiram a recém-formadas seitas protestantes. Outros, desiludidos com a religião, fizeram da mente humana seu objeto de adoração. Seguiu-se uma atitude liberal, dando margem a opiniões diversas sobre Deus.



O cepticismo germina



Por volta do século 18, o pensamento racional era comumente exaltado como panacéia para os problemas do mundo. O filósofo alemão Immanuel Kant afirmava que o progresso do homem estava sendo impedido por sua dependência da política e da religião para obter orientação. “Ouse saber!”, exortou ele. “Tenha a coragem de usar sua própria inteligência!”



Essa atitude caracterizou o Iluminismo, também conhecido como a Idade da Razão. Esse período, que durou todo o século 18, foi marcado por uma obsessiva busca de conhecimento. “O cepticismo substituiu a fé cega”, diz o livro Milestones of History (Marcos da História). “Todas as velhas ortodoxias foram questionadas.”



Uma ‘velha ortodoxia’ que veio a estar sob escrutínio foi a religião. “Os homens mudaram seu conceito sobre a religião”, diz o livro The Universal History of the World (A História Universal do Mundo). “Não mais estavam satisfeitos com a promessa de recompensas no céu; exigiam uma vida melhor na terra. Começaram a perder a fé no sobrenatural.” De fato, a maioria dos filósofos iluministas encaravam a religião com desprezo. Em especial, culpavam os líderes da Igreja Católica, ávidos de poder, de manter o povo na ignorância.



Dessatisfeitos com a religião, muitos desses filósofos tornaram-se deístas; criam em Deus, mas sustentavam que ele não estava interessado no homem. Alguns se tornaram ateus declarados, tais como o filósofo Paul Henri Thiry Holbach, que afirmava que a religião era “fonte de divisões, insensatez e crimes”. Com o passar dos anos, muitos outros se cansaram da cristandade e passaram a compartilhar os sentimentos de Holbach.



É irônico que a cristandade tenha fomentado o desenvolvimento do ateísmo! “As Igrejas foram o solo do ateísmo”, escreve o professor de teologia Michael J. Buckley. “A consciência dos ocidentais ficou profundamente escandalizada e enojada das religiões de confissão em comum. As Igrejas e as seitas haviam devastado a Europa, tramado massacres, exigido resistência ou revolução religiosa, e tentado excomungar ou depor monarcas.”



O ateísmo atinge a maturidade



Por volta do século 19, a rejeição de Deus era expressa abertamente e prosperava. Filósofos e cientistas não tinham receio de proclamar destemidamente seus conceitos. “Nosso inimigo é Deus”, disse um ateu declarado. “O ódio a Deus é o princípio da sabedoria. Se a humanidade há de progredir realmente, será à base do ateísmo.”



Contudo, ocorreu uma sutil mudança no século 20. A rejeição de Deus tornou-se menos militante; começou a disseminar-se um tipo diferente de ateísmo que afetou até mesmo os que professam crer em Deus.



As seitas protestantes que resultaram da Reforma retiveram muitas doutrinas antibíblicas.



Os deístas afirmavam que, assim como um relojoeiro, Deus colocou sua criação em funcionamento e depois deu as costas para ela, permanecendo friamente indiferente. Segundo o livro The Modern Heritage (Herança Moderna), os deístas “criam que o ateísmo era um erro gerado pelo desespero, mas que a estrutura autoritária da Igreja Católica, e a austeridade e a intolerância de suas doutrinas eram ainda mais deploráveis”.





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