Hoje, neste Ano 1 do 3° Milênio da era católica (porque é errado dizer-se era cristã... Jesus foi simplesmente traído quando transformaram a sua mensagem filosófica em igreja institucional e institucionalizante!...), o confronto entre o Poder estabelecido (gerido como um condomínio de uns poucos poderosos) e o Povo socialmente desalojado, é um confronto radicalmente desigual: o punhado de ricos detém fortuna e poder político-militar enquanto os muitos pobres são uma massa cada vez mais desinformada, paradoxalmente, através da grande máquina da Comunicação montada e mantida por aqueles poderosos.
2
Os governantes do ciclo econômico globalizado são eleitos – o melhor é dizer: escolhidos a dedo e indicados!... – por essa Política digital financista que impõe as diretrizes mundializadas contra as próprias Nações legal e bravamente constituídas. Assistimos hoje, como escreve João Barcellos no seu romance ‘Clube Brasil’, ao “mando de um clube virtual que age de fato, porque covil central e centralizador de um império de meia dúzia de ricos sobre as almas sobreviventes de uma massa de flagelados”.
Contra isto, a que se pode chamar de Estado mundial (que tanto ocidentais quanto judeus buscaram e que hoje, por isso mesmo, embasam a Política digital financista), só existe uma solução: a Consciência cívica do Cidadão que se assume política e culturalmente contra a perda da sua Nacionalidade, lembrando aqui ‘As Novas Tecnologias e a Nova Economia’, de Manuel Reis, aquela Consciência socrática e jesuânica que nenhuma Igreja e nenhum Poder (capitalista ou comunista) deixa o Povo assumir...!
A benção da Igreja institucional (católica, hebraica, budista, hindu, islâmica, etc) a este modus vivendi é feita com água ‘benta’ retirada das lágrimas dos pobres, ato de pura hipocrisia e de contínua traição [no caso católico] à mensagem daquele Jesus que lutou por uma Humanidade vivida universalmente na sua diversidade cultural; do mesmo modo que [no caso hebraico-sionista] o mecantilismo é a alma gêmea da oração/lamentação entronada no templo, porque do juro da tragédia [escravagismo no Novo Mundo; vítimas do Nazismo] retiram a indenização estúpida que alimenta mais desigualdades e violências...
Neste quadro religioso tem a estratégia política imperial da globalização o seu reforço maior.
Não adianta dizer Não! à Globalização, que carreia Pobreza e Fome, sem dizer Não! à estrutura hipócrita da Religião que se tem como Poder paralelo e suporte do Mercantilismo escravagista
3
‘Em cada um(a) de nós canta a Liberdade ditada e assumida,
enquanto tal, pela Consciência cidadã.
Por cada decisão que tomamos
o Mundo humano nos questionará, sempre!
Por isso, sejamos sempre o Cidadão responsável e livre...’
BARCELLOS, João
[In ‘Carta sobre o Mundo que somos’ p/ o
Grupo Granja’, 2001]
Não existe uma Verdade quando a Diversidade humana busca em si mesma respostas para o próprio Ato de viver.
Ninguém poderá usufruir da Riqueza quando alguém sobrevive na Pobreza...
Ninguém poderá nomear-se Senhor(a) de Mando para estar Poder à custa da Escravidão...
Ninguém poderá nomear-se a mando de um(a) Deus(a) para tornar-se Poder e flagelar dogmaticamente o Povo e as Nações...
Todos Nós precisamos saber, e nunca esquecer, que a Humanidade precisa da Vida não para se distanciar do Cosmo mas para estar n’ Ele fraternalmente e respeitando a Cultura de cada comunidade... É isto que precisamos demonstrar numa luta aberta e filosófica contra quem não quer a Humanidade livre...!
Carlos Firmino
1963, professor e jornalista (SP-Brasil)
Joane d’Almeida y Piñon
1947, física e ensaista (Houston/USA e Buenos Aires/Arg.)