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Artigos-->O fantasma do rebaixamento -- 20/11/2004 - 20:25 (Athos R. Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




O fantasma do rebaixamento

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



A palavra rebaixamento é tratada pelo noticiário esportivo como um fenômeno de outro mundo. Diga-se, para usar uma frase da moda, um outro mundo possível, e não desejável, para quatro clubes desse campeonato brasileiro. Quantas vezes ouvimos que o “fantasma do rebaixamento” ronda o estádio de uma tradicional equipe.



Quando um clube de futebol está enquadrado na zona do rebaixamento, há um pânico geral. É um sufoco para os torcedores mais fanáticos. Alguns diretores perdem o sono, as eleições, o autocontrole, a elegância e a educação. Tudo perfeitamente explicável pela paixão que o futebol encerra.



A dupla Gre-Nal vem convivendo intimamente com esse fantasma nos últimos anos. Em 99 o Internacional foi salvo com o gol abençoado de Dunga contra o Palmeiras. Posteriormente em 2002, com os nervos a flor da pele, escapou da segundona no último jogo contra o Paysandu. Uma tragédia foi anunciada com o Grêmio no ano passado e confirmada em 2004. – Haja coração! – como diz o locutor. E temos o glorioso tricolor amargurando o gostinho azedo da segundona. O fantasma perambulou pelo Rio Grande e se alojou na Azenha.



É humilhante ser torcedor de um clube rebaixado. É desalentador. E com tanta gente boa na segunda divisão podemos acreditar que a volta poderá ser mais difícil que o imaginado.

O desespero de grandes clubes às voltas com esse fantasma é o reflexo do atual estágio do futebol brasileiro. Afinal, temos uma lei que permite doar craques, cada vez mais jovens, para o exterior.



Recentemente o ministro Tarso Genro em entrevista, a um jornal do centro do país, tratou de um assunto muito caro aos ideólogos socialistas. Os novos caminhos da esquerda. Para tanto, ao reformular as possíveis estratégias de uma esquerda no governo Lula, cunhou a frase “rebaixamento do horizonte utópico”. Uma utopia embasada na modernidade, democratização do Estado e de um novo modelo econômico.

Mas podemos sintetizar que os nossos sonhos de mudança não serão realizados tal e qual como sonhamos. E, de repente, temos uma utopia rebaixada. Ou seja, o “fantasma do rebaixamento” também ronda os programas sociais do governo.



Entretanto, ao refletirmos sobre o conteúdo da frase “rebaixamento do horizonte utópico” percebemos que não há motivos para tanto desespero, não há necessidade de invocarmos um santo salvador da pátria. Não está sendo anunciada uma tragédia, apenas a reformulação de uma proposta. Uma revisão das idéias.

Seria um novo estilo de encararmos um partido socialista no início do século 21? Um socialismo de segunda linha importado via ponte da amizade? Ou, quem sabe, a maneira poética de dizer: esqueçam tudo que prometemos.



Enfim, a realidade é que temos um grande clube gaúcho na segundona. Acalentando sonhos aquém de sua grandeza e história no futebol. E, diante do exposto e das atitudes postas, um governo que nos acena com um horizonte utópico rebaixado e, conseqüentemente, com reformas sociais de segunda divisão.





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