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Artigos-->MOZART NÃO É LÁ ESSAS COISAS TODAS!!! -- 05/10/2001 - 01:43 (denison) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se criou um mito de que Amadeus Mozart seria um gênio onde a música saía diretamente da cabeça para o papel e que desde garotinho já tinha a capacidade de escrever óperas e concertos. Entretanto as coisas não são como parecem.

Ele, assim como os outros grandes mestres da composição, precisou experimentar, passar por fases de desenvolvimento, ter rascunhos, tirar dúvidas com outros especialistas, etc.



Além do mais, Amadeus Mozart não possui tantas obras-primas quanto se pensa. E suas obras de criança são medíocres e “lapidadas” pelo seu pai. Ele tinha, sim, talento excepcional, desde menino, para a música.



Na verdade, grande parte de sua obra fora escrita para fins de divertimento ou jantares; por exemplo, a grande maioria de suas sinfonias. Mozart não foi um especialista em sinfonias – isso ficou para Haydn – entretanto entre suas 41 sinfonias, captamos algumas pérolas do repertório: a de no 25, no estilo “Sturm Und Drang”, a primeira sinfonia não comportada do mestre, a bela no 29 e a impetuosa no 35; entretanto as sinfonias mais sérias são as de número 38, 39, 40 e 41 – portanto as quatro últimas, fruto de um desenvolvimento técnico.

Meia dúzia de obras muito boas dentro de um universo de 41 sinfonias não fazem de Mozart um grande compositor – pelo menos até o nível que alcançou. O que quero dizer com isso é que Mozart é humano e talentoso, mas não um instrumento isento de erros com poderes sobrenaturais. Não posso negar a beleza de suas melodias e das combinações em harmonias e timbres, mas não o considero um compositor fora do normal, como muitos querem acreditar.



Entre seus concertos, cujo interesse reside mais na beleza formal do que em seu conteúdo, há algumas poucas obras-primas. Nos cinco concertos para violino percebemos um desenvolvimento gradual. O de no 1 e o de no 2 são apenas tentativas frustradas, o concerto no 3 e 4 já são obras de mestre, mas o de no 5 é a única obra-prima para violino solo escrita por Mozart; é bom frisar, todavia, que até mesmo um compositor menor como Mendelssohn escreveu um concerto p/ violino muito melhor que o de Mozart. Vale conferir a Sinfonia Concertante para violino e viola, o concerto p/ clarineta e o p/ fagote. O restante – excluindo os concertos para piano, que falarei depois – são muito fracos e beiram o entretenimento gratuito. Pela beleza, citaria os concertos p/ flauta, p/ flauta e harpa, o p/ oboé e os 4 p/ trompa.



Na área de música sacra, Mozart não criou nada no nível sério de Sebastian Bach ou Palestrina. Sua música sacra é mundana e dramática e serve mais para o palco de teatro do que para uma catedral. Como obras de teatro vale conferir a Missa Coronation, a incompleta Grande Missa em C menor ( a minha preferida ),

o Verum Corpus e o célebre Requiem ( que eu particularmente não gosto ).



Entre os Divertimentos para Orquestra somente a Serenata Noturna K 525 chama a minha atenção, mesmo não sendo uma obra-prima!



Suas canções são irrelevantes!



Entre os trabalhos de câmara temos o Quinteto c/ clarineta, os Quintetos para cordas K 515 / K 516 e finalmente entre os seus 23 quartetos p/ cordas apenas os seis dedicados à Haydn ( e influenciados por ele ) chamam a minha atenção.



Mas as maiores obras-primas de Mozart estão mesmo nas duas áreas onde ele mais se empenhava como ser criativo:



1. Nos Concertos p/ piano, que eram escritos para ele mesmo tocar antes das óperas de sua autoria;

2. E nas obras operísticas, sobretudo as últimas.



Quanto aos concertos foram 27 compostos, dentre os quais, apenas os dez últimos são genuínas obras-primas: os de no 27,26,25,24,23,22,21, 20, 19 e 18.



Entre suas 24 óperas destacamos:

a magnífica e bela Idomeneo, rica em música genial, cujo maior defeito é a falta de originalidade, onde as convenções são seguidas e o libreto é extremamente fraco;



o Rapto do Serralho, que é considerada a obra-prima dos Singspiel’s;



A partir do libretista Da Ponte seu estilo de compor ópera ampliou o conceito das convenções do seu tempo. Suas últimas óperas ( genuínas obras-primas ) foram todas “buffa” e se comparam, em excelência, com as Comédias de Shakespeare:



As Bodas de Figaro, Don Giovanni ( Uma tragicomédia mais séria ), Cosi Fan Tutte ( musicalmente a mais bela das óperas de Mozart ) e a Flauta Mágica ( a transcendência do Singspiel ).







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