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Artigos-->A multiplicação da BR-101 -- 29/11/2004 - 17:11 (Aldo Votto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A duplicação do trecho sul da BR-101 é um assunto vencido. Morto e sepultado. Tragicamente, por centenas de vezes nestes últimos anos. Por isso, a esta altura, é irrelevante o tempo que a burocracia ainda consumirá até o início das obras. Não há quem discorde da necessidade da ampliação da estrada, até porque sua capacidade de tráfego se esgotou há muito e as conseqüências em termos de acidentes, prejuízos, ferimentos e mortes são sobejamente conhecidas. Mas uma viagem recente pelo trecho Palhoça-SC - Osório-RS e uma enxurrada de mensagens eletrônicas compondo um abaixo-assinado virtual (?!) pela duplicação repuseram o tema no meu dia-a-dia. E como usuário freqüente da estrada há cerca de uma década, me obriguei a ser um observador e um interessado na evolução da questão.

Inúmeros pontos podem ser levantados para fundamentar um debate conseqüente sobre a duplicação da BR-101. Mas um deles obscureceu todos os demais: a própria reivindicação pela duplicação! Por falar em abaixo-assinado, esse que circula pela rede de computadores, por mais bem intencionado que seja, não passa de uma espécie de videogame, em que nem o mínimo esforço de expor sua assinatura de punho e o número de documento de identidade numa folha de papel encartada num jornal, como feito há alguns anos por cerca de um milhão de pessoas, é despendido!!!

Para começar a discussão, a estrada não mata. Quem (se) mata são os motoristas. É impressionante como passados todos estes anos de esgotamento das condições de tráfego, os motoristas - amadores e profissionais - continuam dirigindo como se a estrada fosse recém inaugurada. Imprudência, imperícia e negligência, embora os mais freqüentes, são comportamentos brandos comparados com outros que podem ser atribuídos a condutores psicologicamente desequilibrados que circulam pela 101. O tema deve ser tratado como uma questão de saúde pública. É comum a atitude violenta, utilizando o veículo, especialmente os automóveis de grande potência e os caminhões, como arma que obriga o usuário comum a jogar sua insignificância de mil cilindradas para o acostamento perigoso e, às vezes, quase inexistente. Praticamente nada tem mudado nesse sentido, mesmo com a promulgação do novo Código de Trânsito há algum tempo. A pergunta que fica, portanto, é: a duplicação vai controlar o inconsciente animus necandi - a intenção de (se) matar - destes tantos tresloucados ?

Outro aspecto praticamente inalterado há anos: a administração ou gerenciamento da estrada. A reação foi extraordinária quando um ex-governador estabeleceu limitação de horários, que durou pouco, para circulação de caminhões em épocas de fluxo turístico. O passa-repassa de responsabilidades, a resignação e o conformismo com o desastre foram a tônica do tratamento da estrada pelas autoridades competentes e incompetentes. A pergunta desta vez é: a duplicação garantirá que as entidades responsáveis cumpram com suas atribuições, o que aliás não deixaram jamais de ter obrigação de fazer?

E as demais conseqüências da duplicação da estrada, estão sendo pensadas? Por exemplo: a infra-estrutura e os serviços das cidades-pólo ao longo do trecho e das capitais e áreas metropolitanas dos dois estados estarão preparados a responder ao estímulo à migração que a facilitação do acesso proporcionará?

Em termos de acidentes com fatalidades, as estatísticas do trecho duplicado SC-PR comprovam que a duplicação é necessária, mas insuficiente. É imprescindível a multiplicação dos olhares e enfoques sobre a BR-101. Há, pelo menos, quatro anos de obras pela frente para pensar a estrada para muito além da sua duplicação.

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