A modernidade é a fumaça nos olhos!
O racionalismo, uma descarga elétrica em neurônios...
Os automóveis são as carruagens da ganância!
Nossos olhares, uma guerra de egos...
As indústrias produzem morte e destruição!
Somos legiões completas de homens “eletronizados”...
Há crateras enormes no desenvolver humano,
Há vulcões, metais radioativos, vaidades,
Vícios e um tanto imenso de desesperança.
De algum lugar sinto vir o cheiro de guerra
Batendo à porta de certas nações,
Vejo que não mais haverá razão para sorriso
Nem para brincadeira, nem para jogos...
As crianças estão armadas nas portas das casas
E as mães estão colhendo flores para os mortos.
No alto do céu a tarde hoje se apaga,
Alguma criança brinca com o mundo em seu computador!
Mas existem também as crianças que brincam
Com a morte cheirando cola, jovens roubando
E tantas mulheres sofridas chorando,
Flores nascendo já murchas
Frutos brotando já podres,
Pessoas vendendo as vidas
Desgraçados comprando as mortes...
O homem moderno!
Pensamento metalizado!
Mundo modernizado!
Tantos não tiveram chance!
Quantos bichos foram exterminados para o luxo das roupas,
Dos tapetes, das bolsas?
Quantas árvores cortadas para palito de dente?
Quantas matas devastadas por estética ou para pasto?
Quantas aves cassadas por mero prazer?
Quanta terra explorada pela busca do ouro?
Quantos índios sem casas?
Quantos outros sem vida?
Quantas outras sem dignidade?
E tantas outras vergonhas
E tantos outros vexames
E tantos outros absurdos
E tantas outras verdades...
A modernidade é o atraso do homem!
O racionalismo, a imbecilidade...
O tecnicismo é uma coleira!
O desenvolvimento, a pedra...
O pensamento lógico, codificado, instruído, legado
É a aberração!
A desorganização dos sentidos, o coerente,
O equilíbrio espiritual...
Como que num sonho,
Como que na embriaguez,
Como que no sexo...
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