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Artigos-->FUTEBOL DIFERENTE -- 06/10/2001 - 12:02 (Alan Ranieri) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O mundo mudou, idem os esportes. O futebol reestruturou-se, e também os jogadores. A profissionalização em âmbito futebolístico conseguiu melhorar muito o seu acesso e o popularizou, invertendo o quadro de esporte de elite, que durou um bom tempo. Gerou-se serviços, empregos, renda. Dinamizou-se a relação clube-atleta-torcedor.



O futebol moderno surgiu na Inglaterra em 1863, concebido como football association. O jovem Charles Miller trouxe-nos as regras, bola e uniformes e organizou os primeiros jogos entre ingleses e brasileiros. Mal sabia ele que, em pouco tempo, seu empreendedorismo daria em paixão nacional.



Inicialmente organizados como simples clubes, depois como empresas, ficou fácil lucrar nesse mercado, onde não se perde clientes com um péssimo produto ou serviço oferecido. Quem deve adorar são os dirigentes. O presidente do Vasco da Gama, Eurico Miranda, sustenta o paladar: "Eu não represento o povo, eu represento o Vasco". Este é um exemplo de parlamentar lobista. De sorte, há alguns milhares de caiporas que depositam seu único voto a favor dele - claro, não faço juízo a nenhum simpatizante da agremiação. Outro, o presidente da CBF Ricardo Teixeira, burlou um telejornal devido à divergências entre ele e a emissora que transmitiria o jogo. Chegamos a tal ponto: que esperem os noticiários, o "futebol" quer passar!



Times com baixo desempenho mereciam ser pressionados pelos seus torcedores. Os santistas adorariam o apoio de um fanático dos Gaviões da Fiel quando ganhasse de goleada do Corinthians, que tinha que ralar para recuperar seu ente de volta. Após inúmeras partidas sem vencer, a grande torcida do Flamengo sentaria nas arquibancadas do estádio da Curuzu, lá em Belém, e torcer, pelo menos, para o Paysandu marcar um gol contra o Cruzeiro. Cortaria metade dos salários dos jogadores do Palmeiras se perdessem para o Ibis de Pernambuco, eleito o pior time do mundo. Criava uma quarta divisão para classificar Botafogo, Atlético Mineiro e Paraná caso eles perdurassem por um bom tempo sem ganhar campeonato algum. Compraria a camisa do artilheiro do campeonato piauiense se o a maior goleador do brasileiro fizesse gestos obscenos para sua torcida.



Todos nós temos o direito de torcer por um time de futebol, principalmente quando este representa uma naturalidade que identifique o torcedor. Num duelo, seria absurdo um potiguar torcer pelo um time soteropolitano, e capixaba vibrar com vitória de barriga-verde. A verdade reside no valor que o torcedor precisa ter. Torço pra quem merece. Os jogadores comprometidos precisam, sim, de pessoas que logrem a arte da bola. A idéia consiste em abster a cultura do futebol de qualquer fundamentalismo religioso. Futebol não é religião. Insistimos em exageros, com devoção a times, sem o mínimo de cautela. Boicotem os jogos, desliguem as tevês nos horários das partidas, façam "ouvidos de mercador" para seus times. Ou se faz isso, ou o futebol continuará em vexame.



A peça chave do problema não conseguiu acompanhar a evolução: o torcedor. A questão é: os clubes devem se adaptar aos torcedores, ou estes aos jogadores e clubes? Bem mais fácil ser a segunda hipótese. Meu ponto de vista pode ser mera teoria, mas tangencia uma possibilidade de linha de ação.



Alan Ranieri.
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