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Artigos-->DESCONHECIDO EM VIDA E FAMOSO APÓS A MORTE -- 19/12/2004 - 20:32 (THEKLA - THEOLOGICAL KEY BY LOGICAL ANALYSIS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

A doutrina cristã não se formou integralmente por ensinamento de Jesus, mas resultou da fusão de várias idéias entre as quais prevaleceram as ensinadas pelos apóstolos que formaram a igreja romana. Essa é a única coisa de que podemos ter certeza com base no pouco de informações que temos dos primórdios do cristianismo.



"A fé cristã se fortaleceu no decorrer dos últimos vinte séculos não por se constituir em um impecável museu de relíquias capazes de narrar de forma coerente e incontestável a história de Jesus. A fé cristã se enriqueceu da adversidade e construiu uma vigorosa verdade teológica apesar das falhas gritantes dos registros históricos sobre o homem que mandou o apóstolo Pedro construir a sua Igreja. Sua passagem terrestre, no entanto, deitou sobre o tempo histórico marcas muito tênues. Fora os Evangelhos, textos sagrados do cristianismo, a figura de Jesus aparece citada apenas de forma cifrada ou pouco clara em obras escritas dezenas de anos depois de sua morte. Por essa razão, as raras descobertas arqueológicas que iluminam o período histórico de Jesus na Palestina são recebidas com grande curiosidade pelos estudiosos" (Veja, 15 de dezembro/2004, pág. 104.



O que podemos deduzir da informação acima? Admitamos aqui que ele realmente existiu, fato do que não se pode ter muita certeza. Se existiu, ele não chamou a atenção dos cronistas da época. Certamente seus atos foram inexpressivos, e ele foi assassinado como o foram muitos outros que pretenderam libertar os hebreus do domínio romano.



A julgar pelas incoerências, a contradições que estão dentro dos poucos livros que a igreja romana selecionou para compor a coleção sagrada do novo testamento, à medida que foram passando os anos, os seus poucos seguidores, com base na crença na ressurreição dos mortos, idéia herdada dos babilônios no período do cativeiro e de algumas crenças romanas, foram criando uma doutrina bastante sedutora. Assim como alguns personagens da mitologia romana eram apresentados como mortos e ressuscitados, os seguidores de Jesus devem ter começado a pregar que ele ressuscitara e que voltaria em forma divina para salvar o mundo do poderio romano e trazer à vida todos os justos mortos. Essa doutrina trazia uma grande esperança: o religioso suportava todos os sofrimentos mirando um futuro de completa felicidade. Assim, a idéia virou verdade até o ponto de converter o império.



O texto seguinte, do evangelho de Mateus, nos mostra um Jesus com claros propósitos de estabelecer o reino que os judeus aguardavam:



“Quando se aproximaram de Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou Jesus dois discípulos, dizendo-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e trazei-mos. E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei: O Senhor precisa deles; e logo os enviará. Ora, isso aconteceu para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: ‘Dizei à filha de Sião: Eis que aí te vem o teu Rei, manso e montado em um jumento, em um jumentinho, cria de animal de carga.’



Indo, pois, os discípulos e fazendo como Jesus lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o jumentinho, e sobre eles puseram os seus mantos, e Jesus montou. E a maior parte da multidão estendeu os seus mantos pelo caminho; e outros cortavam ramos de árvores, e os espalhavam pelo caminho. E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!



Ao entrar ele em Jerusalém, agitou-se a cidade toda e perguntava: Quem é este? E as multidões respondiam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia.



Então Jesus entrou no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam, e derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; e disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a fazeis covil de salteadores” (Mateus, 21: 1-13).



Esses atos foram a tentativa de iniciar uma revolução. Como ele conhecia uma profecia que dizia que o rei libertador chegaria montado em um jumento (Zacarias, 9: 9,10, 15), ele cuidou de fazer tudo conforme predito, para assim conseguir apoio de seu povo para combater os romanos; mas muito poucos confiaram nele, resultando na sua inevitável execução.



No que concerne à sua doutrina, não se tem certeza do que está escrito. Pelas contradições existentes, se vê que cada um dos vários grupos dos seus seguidores formaram uma crença própria, atribuindo tudo a ele. Os primeiros evangelhos o apresentam como confirmador da lei observada pelos seus conterrâneos. "Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só i ou um só til, até que tudo seja cumprido" (Mateus, 5: 17, 18). A epístola de Tiago também mostra a importância da lei: "Todavia, se estais cumprindo a lei real segundo a escritura: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo, fazeis bem. Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo por isso condenados pela lei como transgressores. Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um só ponto, tem-se tornado culpado de todos. Porque o mesmo que disse: Não adulterarás, também disse: Não matarás. Ora, se não cometes adultério, mas és homicida, te hás tornado transgressor da lei. (Tiago, 2: 8-11).



A corrente doutrinária de Tiago, no entanto, perdeu importância diante do convincente Paulo de Tarso. Esse dava prioridade à fé, dizendo que ninguém se justifica pelas obras: "porquanto pelas obras da lei nenhum homem será justificado diante dele; pois o que vem pela lei é o pleno conhecimento do pecado... concluímos pois que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei" (Romanos, 3: 20, 28). Estava em oposição a Tiago, que disse: "Que proveito há, meus irmãos se alguém disser que tem fé e não tiver obras? Porventura essa fé pode salvá-lo?... Assim também a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma". (Tiago, 2: 14, 17). Dessa forma, a doutrina de Paulo era mais interessando do que a de Tiago.



Além de pregar uma salvação um pouco mais fácil, Paulo era também cidadão romano, o que o favoreceu.



Os estudiosos do cristianismo informam que nos primeiros séculos havia vários cristianismos paralelos. No entanto, o cristianismo paulino foi que prosperou no império romano. E, à medida que passava mais tempo, o que os cristãos diziam era cada vez mais aceito como verdade. E assim criou-se uma história de Jesus que não foi conhecida em seus dias.



Hoje, com os aperfeiçoados meios de análise do passado, muito do que se tem como verdade está sendo declarado falso; entretanto, a fé parece mais forte do que as evidências, e dois bilhões de habitantes do planeta tem como verdade histórica o que os historiadores dos dias de Jesus não viram. Nenhuma pessoa no mundo obteve tanta fama como aquele que não foi visto por quase ninguém de seus dias, quis libertar seu povo e foi executado como muitos outros, mas foi deificado por seus seguidores, que mudaram os contextos dos textos das escrituras hebraicas para apresentá-lo como aquele que os profetas disseram que viria libertar os hebreus do domínio assírio.



Para complemento veja COMO O MUNDO SE ENGANOU FACILMENTE COM O CRISTIANISMO



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