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Artigos-->Camisa 12 -- 06/10/2001 - 21:22 (ricardo moura braga cavalcante) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Futebol. Paixão das multidões. Milhares de fanáticos torcem, gritam, digladiam-se pelo seu time de coração. Domingo à tarde. Estádio lotado. Clássico estadual. Alvinegro versus tricolor. Dia de decisão, seja lá de qual decisão for. Biriba é o nome do jogo. Camisa nove. Artilheiro. Favoritíssimo para a seleção nacional. Ídolo da massa. Deus do esporte bretão.

Domingo à tarde. Motel de luxo. Um belo casal assiste ao jogo pela tv por assinatura. Ele, casado, mas não com ela. Ela, casada, mas não com ele. Se amam há algum tempo. Às ocultas. Ele, torcedor fanático do time de Biriba. Ela, também. Depois de se amarem por algum tempo, fazem uma refeição leve. O narrador esbaforido começa a transmissão. “Boa tarde, fãs do esporte. Aguardamos ansiosamente a decisão do campeonato. Biriba está confirmado com a número nove. É promessa de gol. A torcida faz a ola... Começa a partida !!!”

“Amor, faz uma massagenzinha, faz?”, diz ela sussurrando. “Faço, mas vira pra lá que eu quero ver a TV”, responde, aplicando um creme nas mãos, sem, no entanto, tirar os olhos da tela. “Trinta minutos do primeiro tempo, passou pelo zagueiro, ajeitou para a perna esquerda, mirou e ... Gol!!! Goooooolll!!! Biriba, camisa nove, faz Maranguapinho um, Catandura zero!”. Ele pula da cama aos gritos, vibrando completamente nu. Ela sorri feliz, mas discretamente.

Intervalo. Pausa para o amor. Insensato e tórrido, como manda o figurino do amor infiel. Neste jogo, só há melhores momentos, e, dependendo do caso, com direito a replay. Enquanto a partida prossegue, muitos gols são marcados, fazendo a alegria da ansiosa torcida, que deseja a todo custo ver a bola entrar. “Veja só torcida brasileira, ele dribla a marcação, avançando perigosamente. Os laterais partem do grande círculo para a linha de fundo. O cruzamento é feito. Não há impedimento no lance. O atacante passa pelos dois marcadores e ... é Gol!!! Quase que o atacante entra com a bola e tudo! A torcida vai ao delírio, pois foi um gol de placa. Os adversários se abraçam, saboreando ainda o momento máximo do esporte horizontal”. Biriba, quase no mesmo instante, marca o segundo gol. Maranguapinho, 2, Catanduva, zero. O time alvinegro é o novo campeão. A torcida grita olé muito antes do término do jogo.

“Esse Biriba é um craque”, ele diz, ainda ofegante. “Com certeza, ele joga muito bem”, ela responde, indo ao banheiro. “Somos campeões”, comemoram os dois. Fim de jogo. Ele começa a se arrumar; calça a meia, veste a calça. Age sem pressa, não quer ir embora, mas chegou a hora. Ela sai do banheiro e manda-o parar. “Está na hora amor, temos que voltar logo”, ele diz. “Não se preocupe”, diz ela, “o Biriba vai comemorar o título com os colegas, depois tem mesa-redonda. Podemos ficar aqui até mais tarde, ou você não quer uma prorrogaçãozinha? ”

Biriba é o nome do jogo. Camisa nove. Artilheiro. Ídolo da massa. Deus do futebol. Corno...



Ricardo M. B. Cavalcante

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