GOVERNADOR DE CHILE
Na dedicatória que o autor das Cartas Chilenas fez Aos Grandes de Portugal, escreveu:
"Dois são os meios por que nos instruímos: um, quando vemos ações gloriosas, que nos despertam o desejo da imitação; outro, quando vemos ações indignas, que nos excitam o seu aborrecimento.
Ambos estes meios são eficazes: esta a razão por que os teatros, instituídos para a instrução dos cidadãos, umas vezes nos representam a um herói cheio de virtudes, e outras vezes nos representam a um monstro, coberto de horrorosos vícios."
Em Minas hoje, vejo que estamos mais para instruirmos pelo segundo meio, o de um fanfarrão Minésio - dos muitos que andam por aí - com fiel e rechonchudo escudeiro - Robério - e tudo o mais!
Critilo fosse, escreveria mais uma carta à Doroteu - acho que a décima quinta, pois a décima quarta já foi escrita pelo Chico Buarque na letra de "Meu Caro Amigo." Ou melhor, escreveria uma nova versão da 1ª Carta!
Contaria ao Doroteu tudo o que anda fazendo - e não fazendo - o atual "Governador de Chile".
Primeiro, assim o descreveria:
...........
"Tem leve semblante, e a cor é branca,
O corpo de estatura um pouco baixa,
Feições curtas e olhar furtivo;
Tem ralas sobrancelhas, testa larga,
Nariz adunco e grande, fala pouco
Em grave, baixo som de mau falsete,
Sendo velho, já tem cabelo ruço
E cobre este defeito e fria calva
Com um topete, marca registrada."
Depois, sem versos, continuaria o meu criticar, pois chega de bravatas e frases falsas para impressionar incautos. Coisas como: "Ninguém vai nivelar as montanhas de Minas" ou "Minas é o Estado síntese da Federação", ou ainda" Ninguém vai dizer o que Minas precisa fazer" - são apenas palavras soltas - sem nexo - na busca única de ganhar notoriedade ou espaço político.
Quem está querendo ou preocupado em nivelar as montanhas de Minas?
Chega de sofismar! O que não poderia ser nivelado, literalmente falando, era a nossa Serra do Curral; e continua sendo. Ela e outras. Impiedosa e desordenadamente estão sendo agachadas com a extração de minérios!
Minas não é síntese de coisa nenhuma: nem melhor que o Piauí ou pior do que São Paulo. Somos sim parte de uma Federação, que necessita de novo pacto para corrigir erros e distorções; com regiões ricas e outras pobres, que precisam se ajudar mutuamente; com pessoas boas e pessoas ruins, indivíduos cultos, outros néscios. Nada mais
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