Esse teu corpo
já está tão árido
que essa carcaça
nem mesmo te sustenta.;
esse jeito todo de ser,
é tão fútil
que não diz absolutamente nada.;
seus passos estagnaram,
sua mente adormeceu
num chão de pedras,
num mar de espinhos,
que nessa carcaça
penetram e te cutucam
aqui, alí,
mas mesmo assim
nada sentes, nada dizes.;
e esse vento
que te enxuga as lágrimas
não te desperta,
desse pesadelo,
as palavras não bastam,
os gestos idem.;
e essa máscara
que te cobre o rosto
já te identifica,
mas ninguém reage, mas ninguém grita,
é tudo tão natural,
que nessa carcaça, o tempo se senta
e por ela passam,
horas, dias, noites, homens, estranhos.;
pena que só você não passou.
FE
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