Venho então até a sua presença para dizer-lhe que, falando em voz baixa e sussurrante, posso ver essa luz que te ilumina e sentir o pulsar do teu coração.
Posso perceber também o seu olhar atento e assustado. Está com medo? Não se preocupe. Não vou lhe fazer mal.
Quero que você me ouça até o final, quando então serei somente um resquício na sua memória. Serei apenas um algo metabólico que poderá ser revivenciado. Não vos apoquenteis por não saber tocar violão como desejarias tocar.
Não se envergonhe por não conseguir fazer do seu conjunto musical o big-bang da música sertaneja.
Mas, ainda resta uma esperança.
Não se desespere jamais. Em caso de agonia, ansiedade, ódio e insatisfação generalizada, não deixe nunca de racionalizar. As emoções são benéficas. Mas devem ter muito da razão também. Se assim não o for, poderás pirar.
Sabe quando aqueles neuróniozinhos esquentam e volatilizam-se feito picanha no carvão? Então, tenha bastante cuidado. Equilibre-se. O sal não é verde. A pomada Hipoglós não é dentifrício e a escova dental amarela não é sua...
Pare e reduza um pouquinho a ingesta da caninha ruim.
Saia do bagaço.
Pegue aquela bicicletinha do seu neném já adulto e saia pedalando. É bem melhor um louco esnobando capacidade cárdio-respiratória do que asmático.
Mas se fores tomado por uma fotofobia inusitada, acautele-se. Nem pense em se tornar um asmático cego simplesmente para poder exercitar a exorbitància da sua exacerbada capacidade sugestiva.
Não se preocupe jamais. Deus está do seu lado.
Mas em caso de dúvidas mantenha sempre o telefone da sua psicóloga a vista. Mesmo que as consultas estejam pela hora da morte. Não sejas muquirana e não desejes fazer como aquele safado apoquentado que para não arcar com as justas cobranças das consultas resolutivas, simplesmente casou-se com a doutora. Ora veja...
Ouvir estrelas???
Certo perdeste o senso.
