TROVAS DE MIGUEL CIONE
Após ler os jornais do dia, resolvi ver meus e-mails e com as de novidades recebidas, fui ao acervo de livros, buscar informações complementares do movimento trovadoresco, para uma matéria que estou a redigir. Livro de cá, livro de lá, veio-me às mãos o Anuário - Coletânea de Trovas Brasileiras de Fernandes Vianna, editado em Recife, em 1.979. Revi diversos fatos da historiografia literária ubeteana, reli trovas antológicas e pude relembrar de fatos vividos em minhas viagens pelo mundo da trova. Na página 118, encontro uma seleção de trovas de Miguel Perrone Cione que trago à coluna para que possam ser lidas pelos amantes de Trovas. Além destas, Miguel Cione tem dezenas outras, premiadas em Jogos Florais de Ribeirão Preto que, estão nos livros editados pela organização do evento.
Vamos ler, reler e declamar as trovas de Miguel Cione?
Criança, flor encantada,
luz clara de Sol se abrindo,
que sorri por quase nada,
que chora, quase sorrindo.
Toda beleza fenece,
na mulher, como na flor;
mas a mãe jamais perece,
na eternidade do amor!
Vejo a flor que desperta,
no seio da natureza,
a essência de Deus liberta
na convulsão da beleza.
Perante a imagem do templo,
o cego fala a Jesus:
mesmo na treva eu contemplo
o clarão de Tua luz!
Minha mãe, à luz dourada
do clarão da lamparina,
ilumina a santa amada,
depois... a santa a ilumina.
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