Não é dia, nem noite. É aquela hora que a gente se volta pra dentro e tem um certo medo de se perder porque vem logo o anoitecer. É justamente quando vem aquela vontade louca de morder o cachorro, arranhar o gato, dar coice no cavalo, pular da escada, gritar bem alto, estilhaçar vidraças, assustar vizinhos... Só não chutar pedras. Isso não! Pode aumentar ainda mais esse tempo de estacionamento. E finalmente, quando a noite substitui esse lusco-fusco, o cintilar das estrelas libera o impulso de seguir em frente, sem risco de perder o endereço que se tem nas mãos.
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