estou. . .
por um triz,
vejo. . .
tudo por um fio
pavio incandescente
ardente segredo,
desavisado,
dos tolos medos
todos deuses
pagãos
atrás de sonhos
noites de alegria
em capítulos de novela
forjados a laser
em plástico ou néon
nas ávidas almas teens
cantando sociológicos desejos
nas esquinas sangüíneas
de São Mateus, Vigário Geral,
Joanesburgo, Londres, Pequim
Harlem, Burundi, Nova Deli e tal,
qual meu desvairado delírio paulistano
que empurra para fora,
da boca e da memória,
palavras universais,
ainda,
denunciando horrores
misturados e impunes
no indócil caldeirão
da faminta globalização
que sedimenta conturbados valores,
subjuga epidêmicamente as vidas,
criando sarcásticos sabores
enquanto sorri ao bel-prazer do vento
impassível e orgulhosa
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